O julgamento de quatro réus acusados do assassinato do ativista político Kléber Malaquias acontecerá no próximo dia 17 de fevereiro, em Maceió. A mudança de local se deve à complexidade do caso, que envolve agentes e ex-agentes da segurança pública de Alagoas.
Os promotores de Justiça Lídia Malta e Thiago Riff serão responsáveis pela acusação. No total, sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) por participação no homicídio. Os réus enfrentam acusações de homicídio duplamente qualificado, devido à impossibilidade de defesa da vítima e à execução mediante promessa de recompensa.
Inicialmente, o júri ocorreria em Rio Largo, onde o crime foi cometido. No entanto, segundo a promotora Lídia Malta, a influência política e policial no caso exigiu a transferência do julgamento para Maceió, garantindo maior segurança no processo. O julgamento ocorrerá no Fórum Desembargador Maia Fernandes, a partir das 8h do dia 17 de fevereiro.
O julgamento já havia sido marcado para julho de 2023, mas foi adiado após a descoberta de uma fraude processual envolvendo um delegado da Polícia Civil e um agente da corporação. As investigações revelaram a inclusão de provas falsas no processo, que tentavam atribuir a autoria do crime a um policial já falecido. O MPAL, em cooperação com a Polícia Federal, identificou a trama criminosa, reforçando as acusações contra os envolvidos.
Kléber Malaquias, empresário e ativista político, foi assassinado a tiros em 15 de julho de 2020, enquanto comemorava seu aniversário em um bar na Mata do Rolo, em Rio Largo. Segundo testemunhas, ele foi seguido até o banheiro do estabelecimento, onde dois homens o encurralaram e dispararam três vezes, sendo um tiro na cabeça.
Malaquias já havia denunciado que estava jurado de morte e era conhecido por expor casos de corrupção envolvendo políticos e membros do Judiciário alagoano. Uma de suas denúncias chegou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), resultando em investigações contra um desembargador de Alagoas.
A expectativa é que o júri esclareça os mandantes e a motivação do crime, trazendo justiça para um caso que chocou a sociedade alagoana.