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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (29) que assinará uma ordem executiva para redirecionar a prisão na Baía de Guantánamo, em Cuba, para abrigar 30.000 imigrantes que não puderam ser repatriados. Ele justificou a decisão afirmando que a instalação será usada para deter estrangeiros ilegais considerados criminosos perigosos, destacando que alguns deles não podem ser enviados de volta aos seus países de origem.
A prisão da Baía de Guantánamo foi criada em 2002 pelo então presidente George W. Bush para deter suspeitos após os ataques de 11 de setembro de 2001. Embora seja mais conhecida por seu campo de detenção de terrorismo, a base também abriga um centro de processamento de imigrantes. Autoridades cubanas consideram a base uma "ocupação ilegal" dos Estados Unidos e defendem sua devolução ao país.
A base militar, frequentemente chamada de “Gitmo”, está localizada no sudeste de Cuba e ocupa uma área de 72 quilômetros quadrados. O território foi arrendado aos Estados Unidos em 1903 para a construção de uma estação naval. Em 1934, um acordo perpétuo foi firmado entre os dois países, garantindo que os EUA só deixariam a região mediante mútuo acordo.
Com os ataques de 11 de setembro de 2001 e a subsequente "guerra contra o terror", Guantánamo passou a ser utilizada como centro de detenção para suspeitos de terrorismo. Durante a administração Bush, os EUA alegaram que os prisioneiros ali detidos não estavam em solo americano e, portanto, não eram abrangidos pela Constituição dos EUA, justificando restrições às suas proteções legais.
Atualmente, a prisão de Guantánamo abriga 15 detentos, incluindo Khalid Sheikh Mohammed, apontado como um dos mentores dos ataques de 11 de setembro. Desde sua abertura, mais de 700 pessoas passaram pelo centro de detenção. Durante os governos Bush e Obama, centenas de detentos foram libertados ou transferidos, mas o fechamento da prisão ainda enfrenta impasses políticos e jurídicos.
A discussão sobre o futuro da base segue intensa, com Cuba pressionando pela devolução do território e os EUA utilizando a instalação como peça-chave em sua estratégia de segurança nacional.
