A SPTrans deve divulgar nesta quarta-feira (29) a análise das respostas das empresas de ônibus Transwolff e UPBus, suspeitas de envolvimento com o crime organizado. As companhias tiveram até a última segunda-feira (27) para apresentar sua defesa no processo de caducidade, que pode levar ao encerramento dos contratos com a Prefeitura de São Paulo.
A reunião está marcada para as 14h e contará com a presença do prefeito Ricardo Nunes (MDB), do presidente da SPTrans, Levi Oliveira, do secretário de Transportes, Celso Caldeira, além de representantes das pastas de Governo, Fazenda e da procuradora-geral do município, Luciana Nardi.
Internamente, a gestão municipal já considera a rescisão contratual como inevitável. O prefeito Nunes tem se manifestado publicamente sobre o tema, alertando para o risco de greve dos funcionários das empresas afetadas.
A Transwolff opera na zona sul da capital, enquanto a UPBus atua na zona leste. No caso da Transwolff, parte da frota pertence a motoristas que alugam os coletivos para a empresa, o que pode gerar incertezas operacionais com a rescisão do contrato.
Após o rompimento contratual, a prefeitura pretende abrir uma licitação para selecionar novas empresas que assumam as frotas. O processo, no entanto, pode ser demorado e interfere nos planos da administração municipal de extinguir a SPTrans, já que a agência de transporte precisará continuar gerenciando as operações durante a transição.
Desde abril de 2024, Transwolff e UPBus estão sob intervenção da prefeitura, após terem sido alvo da Operação Fim da Linha, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), que investiga supostas ligações das empresas com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Atualmente, a Transwolff opera 132 linhas com 1.146 veículos, transportando cerca de 583 mil passageiros por dia. Já a UPBus conta com 158 ônibus que atendem 13 linhas e transportam 73 mil passageiros diariamente.
Em nota, a Transwolff negou qualquer relação com o crime organizado e classificou as acusações como infundadas. A empresa afirmou confiar na Justiça e destacou seu compromisso com a inovação e qualidade no transporte público, mencionando a introdução de ônibus elétricos e a renovação da frota.
O desfecho do processo será definido após a análise das respostas das empresas e a decisão final da prefeitura. Até o momento, o governo municipal não se pronunciou oficialmente sobre a rescisão dos contratos.