Hamas busca vantagem ao descumprir acordo de libertação de reféns, avaliam especialistas

O Hamas, ao descumprir os termos do acordo de libertação de reféns, busca ganhos estratégicos, segundo Igor Sabino, gerente de conteúdo da StandWithUs Brasil. A organização, que sequestrou Arbel Yehud há mais de um ano, teria violado o cessar-fogo ao libertar uma soldada israelense em vez de uma civil, como previsto inicialmente no acordo.

De acordo com Sabino, a estratégia do Hamas é liberar reféns estratégicos para garantir que Israel solte um número maior de prisioneiros palestinos. Cada soldada libertada, segundo os termos do acordo, resulta na soltura de 50 prisioneiros palestinos. "Com essa medida, o Hamas garantiu a libertação de quase o dobro de detentos do que era esperado", explicou Sabino.

Complicações técnicas ou estratégia?

O Hamas justificou a violação citando "complicações técnicas", mas Israel reagiu com medidas retaliatórias, como a proibição do retorno de civis palestinos ao norte da Faixa de Gaza, exigindo a libertação de Arbel Yehud como condição para retomar o fluxo. Yehud, sequestrada em outubro de 2023 durante um ataque ao kibbutz Nir Oz, é uma das últimas reféns civis femininas com possibilidade de estar viva.

Próximos passos e desdobramentos

Observadores acreditam que o Hamas pode ceder e libertar Yehud ainda esta semana, antes de mais quatro reféns previstos para serem soltos no próximo domingo (2). No entanto, a confiança em um cumprimento total do acordo permanece baixa. O especialista Igor Sabino afirmou que "mais uma vez, o Hamas busca atrapalhar as tentativas de alcançar a paz na região".

A situação levanta dúvidas sobre os próximos passos de Israel e sobre a capacidade do cessar-fogo de sustentar medidas que promovam estabilidade na região.