A seca em Alagoas se intensificou significativamente entre novembro e dezembro de 2024, atingindo 35% do território estadual com condições classificadas como "grave". Este é o cenário mais severo registrado no estado desde maio de 2019, quando o fenômeno afetou 40% do território, conforme dados do Monitor de Secas divulgados pelo Governo Federal na última sexta-feira (24).
Alagoas em alerta: seca cobre 100% do território
Pelo segundo mês consecutivo, Alagoas registrou seca em toda sua extensão territorial. A última vez que o estado enfrentou um cenário semelhante foi entre janeiro e fevereiro de 2021. O agravamento reflete uma tendência observada em toda a região Nordeste, a única do país a registrar intensificação do fenômeno no final de 2024. Em contraste, outras regiões brasileiras experimentaram abrandamento ou estabilidade na severidade da seca.
Contexto nacional: seca no Brasil em números
De acordo com a última atualização do Monitor, a seca diminuiu em 14 estados, incluindo Minas Gerais, Paraná e São Paulo. No entanto, oito estados nordestinos, incluindo Alagoas, registraram piora, enquanto cinco unidades federativas, como o Distrito Federal e Santa Catarina, mantiveram-se estáveis. No Nordeste e no Norte, houve um aumento na área afetada pela seca, enquanto no Sudeste e no Sul foi registrada uma redução.
Dados regionais e nacionais
Em dezembro, 17 estados apresentaram 100% de seus territórios sob o efeito da seca, incluindo Alagoas, Sergipe e Mato Grosso do Sul. No total, o fenômeno atingiu 7,85 milhões de km², cobrindo 92% do território brasileiro. Estados como Amazonas, Pará e Bahia lideraram em área total afetada.
Monitor de Secas: ferramenta estratégica para gestão de crises
O Monitor de Secas é uma ferramenta essencial para o acompanhamento da severidade do fenômeno no Brasil. Baseada em indicadores que medem os impactos de curto e longo prazo, a ferramenta auxilia no planejamento e execução de políticas públicas voltadas ao enfrentamento da seca.
Com dados atualizados mensalmente, o Monitor permite acompanhar a evolução do fenômeno em todo o país e está disponível tanto no site oficial quanto em aplicativos para Android e iOS. O projeto foi inspirado nos modelos de monitoramento utilizados nos Estados Unidos e no México, consolidando-se como uma referência no acompanhamento de secas no Brasil.
Impactos e planejamento
Os dados coletados pelo Monitor são fundamentais para a elaboração de estratégias de mitigação dos efeitos da seca, especialmente em regiões como Alagoas, que enfrentam desafios históricos relacionados à escassez hídrica. O uso da ferramenta por gestores públicos e instituições parceiras contribui para a criação de políticas mais eficazes no combate à seca, que continua a ser uma das principais ameaças ao desenvolvimento sustentável no Nordeste.