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26/01/2025 13:00:00

Crédito surpreende com crescimento acima do esperado em 2024, afirma economista-chefe do Itaú

Crédito surpreende com crescimento acima do esperado em 2024, afirma economista-chefe do Itaú

A redução no desemprego e um ciclo econômico robusto impulsionaram o crescimento do crédito em 2024, embora a alta nos juros deva desacelerar sua expansão. Durante o Fórum Econômico Brasileiro, realizado em Zurique, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, destacou que a competição no setor bancário foi um dos principais fatores para o desempenho inesperado da oferta de crédito no Brasil.

“O crédito cresceu muito mais do que esperávamos, a um ritmo surpreendente, devido, em grande parte, à intensificação da concorrência no setor bancário”, afirmou Mesquita. Ele ressaltou as diferenças de abordagem entre novos e tradicionais bancos. Enquanto as fintechs e bancos emergentes investem mais agressivamente no crédito para pessoa física, as instituições maiores apostam em modalidades mais sofisticadas, como financiamento habitacional e de veículos, que oferecem garantias sólidas e contribuem para a fidelização dos clientes.

Além da competitividade, outros fatores, como o desemprego em níveis historicamente baixos, impulsionaram o crédito no país. No entanto, Mesquita alertou que o aumento das taxas de juros deve desacelerar esse crescimento. “Apesar do ambiente contracionista, tivemos uma expansão significativa no crédito. Mas é natural que, com a alta dos juros, as concessões diminuam e, com um certo atraso, a inadimplência tenda a crescer. Esse é um sinal de alerta”, explicou.

Mesmo com esse cenário, o economista avalia que as flutuações são normais dentro de ciclos econômicos. “Não estamos enfrentando nenhuma crise. Se o crédito continuasse crescendo no ritmo do ano passado, poderíamos entrar em uma situação de risco futuro. O momento atual é mais uma pausa para ajuste, algo saudável e esperado”, analisou.

Mesquita também destacou que 2024 foi um dos anos mais expressivos para a emissão de títulos de renda fixa corporativa, mas projeta um 2025 menos dinâmico no crédito, ainda que sem risco de uma interrupção abrupta. “Haverá menos crescimento no crédito e alguma elevação na inadimplência, mas isso faz parte do ciclo. Não parece haver sinais de uma parada brusca, apenas um ambiente de correção saudável”, concluiu.

 



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