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Nesta semana, a Venezuela realizou um exercício militar conhecido como Escudo Bolivariano, que levou ao fechamento temporário da fronteira com o Brasil, na região de Roraima. A passagem foi reaberta na última quinta-feira (23).
O Escudo Bolivariano é um treinamento militar de grande escala convocado pelo presidente Nicolás Maduro, cujo objetivo é, segundo ele, "garantir o respeito à soberania venezuelana" frente a ameaças externas. Este foi o primeiro exercício do tipo em 2025, envolvendo cerca de 150 mil militares e policiais.
Maduro afirmou que o exercício foi motivado por preocupações com grupos que poderiam gerar violência na fronteira, incluindo "terroristas armados vindos da Colômbia" e outras possíveis ameaças à estabilidade do país.
Os exercícios coincidem com um aumento da violência na Colômbia, onde confrontos entre guerrilheiros deixaram 100 mortos e deslocaram 32 mil pessoas recentemente. Muitas dessas pessoas cruzaram para a Venezuela em busca de refúgio, o que, segundo Maduro, justificou um reforço na segurança nas fronteiras.
Além disso, os exercícios ocorreram em um momento de tensões regionais. Em janeiro, a Venezuela também fechou sua fronteira com a Colômbia, citando uma suposta "conspiração internacional" contra a paz do país, em meio à posse de Nicolás Maduro para um terceiro mandato consecutivo.
O fechamento da fronteira entre a Venezuela e o Brasil afeta diretamente a região de Roraima, que abriga um fluxo significativo de imigrantes venezuelanos e depende da abertura da fronteira para comércio e movimentação de pessoas. A ação gerou preocupações sobre impactos econômicos e humanitários na região.
O Escudo Bolivariano reflete a tentativa de Maduro de consolidar sua posição política e militar em um cenário de instabilidade regional. No entanto, ações como o fechamento de fronteiras geram reações negativas entre países vizinhos, como o Brasil, que já enfrenta desafios relacionados à imigração em massa de venezuelanos.
Ao mesmo tempo, o treinamento militar envia uma mensagem política de força tanto para o público interno quanto para a comunidade internacional, em meio às críticas que Maduro enfrenta sobre a situação econômica e social da Venezuela.
