O Governo da Colômbia, em colaboração com agências humanitárias e das Nações Unidas, lançou um Plano de Resposta Humanitária para atender às prioridades das comunidades mais vulneráveis do país. A estimativa é de que 9,1 milhões de pessoas precisarão de assistência urgente no próximo ano.
Apelo de US$ 342,3 Milhões O plano busca arrecadar US$ 342,3 milhões para um ano de ações focadas em segurança alimentar, saúde, água, saneamento básico e proteção. Mulheres, crianças e grupos étnicos estão entre os mais afetados. A proposta também inclui estratégias para promover resiliência climática, dado o impacto crescente de desastres naturais na Colômbia.
Conflitos Armados e Suspensão de Negociações de Paz Desde a assinatura do Acordo de Paz em 2016, a Colômbia enfrenta dificuldades para consolidar a paz. Grupos armados não estatais, como o Exército de Libertação Nacional (ELN), têm intensificado ataques, gerando violência e deslocamentos. Na semana passada, confrontos entre o ELN e o grupo rival Embf em Catatumbo, no nordeste do país, deixaram dezenas de mortos e milhares de pessoas deslocadas.
Diante da escalada de violência, o presidente colombiano Gustavo Petro suspendeu as negociações de paz com o ELN. Em resposta, o secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os ataques e reforçou a importância de implementar integralmente o Acordo de Paz. Segundo o representante especial da ONU na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, apenas o cumprimento total dos termos do acordo poderá assegurar uma presença abrangente do Estado em áreas marginalizadas.
Impacto dos Desastres Naturais Além do conflito armado, desastres naturais como incêndios florestais, enchentes e os efeitos dos fenômenos climáticos El Niño e La Niña agravam a instabilidade social. Essas condições pioram a segurança alimentar e dificultam o acesso a serviços básicos, aumentando a vulnerabilidade da população.
Desigualdade e Fluxos Migratórios A crise política na Venezuela, desigualdades econômicas e sociais e fluxos migratórios também agravam os desafios enfrentados pelo país. Atualmente, 13,9% da população colombiana vive em extrema pobreza, e 36,6% dos lares sofrem com condições de pobreza. A Colômbia ocupa a terceira posição em desigualdade econômica na América do Sul.
Com este plano, o governo colombiano e seus parceiros humanitários esperam enfrentar os desafios múltiplos e complexos do país, promovendo não apenas ajuda imediata, mas também soluções duradouras para as questões estruturais que afetam milhões de colombianos.