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26/01/2025 07:00:00

Queimadas e desperdício de alimentos reforçam urgência de tecnologia para práticas agrícolas sustentáveis

Queimadas e desperdício de alimentos reforçam urgência de tecnologia para práticas agrícolas sustentáveis

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estima que aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas de alimentos sejam desperdiçadas anualmente no mundo. No Brasil, além do desperdício, o setor agrícola enfrenta grandes desafios ambientais, como as queimadas que devastam áreas de cultivo. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que mais de 100 mil focos de incêndio foram registrados nos primeiros oito meses deste ano, impactando diretamente a produção agrícola e a qualidade do solo. Além de perdas de produtividade, as queimadas liberam carbono, agravando o ciclo de insegurança alimentar.

A continuidade dessa situação representa uma séria ameaça à segurança alimentar e à sustentabilidade do setor. Diante disso, torna-se urgente implementar práticas agrícolas mais eficientes para mitigar os impactos ambientais e otimizar a produção de alimentos.

Tecnologias como Agricultura de Precisão (AP) e geoprocessamento oferecem soluções viáveis para esses problemas. Desde sua consolidação nas décadas de 1950 a 1990, a AP tem sido essencial na gestão agrícola, utilizando avanços tecnológicos como GPS para otimizar o uso de insumos e enfrentar os desafios modernos. A análise detalhada de dados sobre fertilidade do solo permite que os produtores adaptem suas práticas, reduzam custos e utilizem recursos de forma mais eficiente, promovendo um uso sustentável da terra.

O geoprocessamento é uma ferramenta essencial na AP, permitindo a coleta e análise de dados geográficos para monitorar lavouras. Mapas que indicam variações de produtividade e características do solo ajudam os agricultores a tomarem decisões mais informadas. Essa integração de tecnologias eleva a produtividade, minimizando o uso excessivo de insumos e promovendo sustentabilidade no agronegócio. Empresas que utilizam geomonitoramento remoto conseguem prever condições climáticas, calcular o uso do solo e identificar focos de incêndio.

Apesar dos avanços, a falta de conectividade em áreas rurais continua sendo um desafio. Apenas 18,8% da área agrícola produtiva do Brasil possui conectividade adequada, segundo o Indicador de Conectividade Rural (ICR). Essa limitação impede que os produtores aproveitem plenamente as inovações tecnológicas disponíveis.

A superação desse obstáculo é essencial para o agronegócio brasileiro maximizar o potencial dessas ferramentas e se destacar em um mercado competitivo. A expansão do 5G e de aplicativos móveis, como o WhatsApp, promete democratizar o acesso a tecnologias de monitoramento em tempo real, alcançando até mesmo pequenos produtores com baixo investimento.

O futuro do agronegócio brasileiro depende da adoção de soluções tecnológicas baseadas em dados, inteligência artificial e algoritmos, garantindo competitividade e sustentabilidade para o planeta.

*Sergio Rocha é CEO da Agrotools. Com mais de 30 anos de experiência em commodities agrícolas, serviços financeiros, tecnologia, comércio internacional e geotecnologia, Sergio também investiu em startups e reestruturou empresas em setores como finanças e tecnologia. Ele estudou planejamento estratégico no IMD, na Suíça, e trabalhou na Rússia antes de fundar a Agrotools.



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