Soldados norte-coreanos matam cinco militares russos em Kursk, agravando tensões no campo de batalha

Três soldados norte-coreanos mataram cinco militares russos na região de Kursk, na Rússia, provocando uma caçada aos suspeitos, considerados “armados e perigosos”. O caso foi reportado por um canal do Telegram especializado em assuntos militares, ressaltando a tensão crescente entre as tropas aliadas. A informação foi divulgada pela Radio Free Asia.

Atualmente, estima-se que cerca de 12 mil soldados norte-coreanos estejam auxiliando as forças russas na guerra contra a Ucrânia, de acordo com fontes norte-americanas e ucranianas. No entanto, tanto Moscou quanto Pyongyang permanecem oficialmente em silêncio sobre o envio dessas tropas.

Segundo o canal Spy Dossier, que monitora conteúdos militares, o ataque ocorreu em 13 de janeiro de 2025, próximo à vila de Bolshoye Soldatskoye, na região de Kursk. Os três soldados da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) teriam assassinado cinco militares da 810ª Brigada de Fuzileiros Navais da Rússia, uma unidade que opera intensamente nos combates na região.

Falta de comunicação no front

Ainda não há detalhes claros sobre as razões do ataque, mas especialistas e analistas militares sugerem que pode ter sido um caso de “fogo amigo”, causado pela barreira linguística entre as tropas russas e norte-coreanas. Em dezembro, a Inteligência de Defesa da Ucrânia (DIU) destacou que essa falta de comunicação tem levado a erros graves no campo de batalha.

Um exemplo citado pela DIU foi um incidente anterior em que soldados norte-coreanos dispararam contra veículos do batalhão checheno Akhmat, matando oito combatentes kadyrovitas. Militares russos capturados confirmaram que unidades norte-coreanas têm sido mantidas separadas das tropas russas para evitar confrontos semelhantes.

Condições adversas e insatisfação

Além dos problemas de comunicação, os soldados norte-coreanos enfrentam severas dificuldades logísticas. Relatórios da DIU indicam que combatentes na região de Kursk estão descontentes com a escassez de rações. Para amenizar a situação, o Major General Mevlyutov, do Distrito Militar de Leningrado, ordenou a redistribuição de suprimentos de outras unidades russas para apoiar os norte-coreanos.

Relatos sugerem ainda que os soldados da RPDC mortos em combate utilizavam equipamentos de baixa qualidade, incluindo granadas defeituosas e kits médicos inadequados, além de carregarem pouca ou nenhuma comida militar em suas bagagens.

Desafios e tensões crescentes

O aumento das baixas entre os norte-coreanos e o episódio envolvendo os soldados fugitivos evidenciam os desafios operacionais enfrentados pela coalizão militar liderada pela Rússia. O caso também destaca as dificuldades logísticas e o impacto das diferenças culturais e linguísticas nas operações conjuntas.

Com a busca pelos soldados norte-coreanos em andamento, as tensões entre as tropas aliadas continuam a crescer, alimentando questionamentos sobre a eficácia da cooperação militar entre Moscou e Pyongyang.