Movimentos diários podem ser grandes aliados na proteção da saúde cerebral, conforme orienta um neurologista
Quase metade dos casos de Doença de Alzheimer (DA) pode ser prevenida com mudanças no estilo de vida, e uma dessas mudanças é algo simples e acessível: movimentar-se mais. Embora a DA tenha fatores genéticos, aspectos ambientais, como o sedentarismo, desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da doença, tornando a atividade física um grande aliado na prevenção.
De acordo com um estudo da Lancet Commission de 2024, cerca de 45% dos casos de demência poderiam ser evitados ao controlar 14 fatores de risco, como perda auditiva, colesterol elevado, baixa escolaridade, isolamento social, depressão e, especialmente, o sedentarismo.
O sedentarismo, em particular, forma um ciclo vicioso: aumenta o risco de hipertensão e depressão, fatores que, por sua vez, reforçam o próprio sedentarismo. No entanto, a boa notícia é que esse ciclo pode ser rompido com atitudes simples.
O movimento diário não se limita a atividades físicas estruturadas. Ele abrange ações simples do cotidiano, que podem trazer grandes benefícios à saúde cerebral ao longo do tempo.
Um estudo que acompanhou 800 mulheres ao longo de 44 anos revelou que atividades físicas e cognitivas na meia-idade diminuem significativamente o risco de demência. Além disso, uma meta-análise com 802 pacientes demonstrou que exercícios físicos melhoram a cognição até mesmo em pessoas já diagnosticadas com demência.
Não importa sua idade ou condição física: qualquer movimento, por mais simples que pareça, é um investimento valioso na saúde do cérebro. Transformar o movimento em um hábito regular e prazeroso é uma forma eficaz de prevenir o declínio cognitivo e melhorar a qualidade de vida.
O importante é começar. Afinal, preservar a saúde do cérebro significa investir no futuro do bem-estar mental e físico.