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Saúde
23/01/2025 23:00:00

Medicamentos podem influenciar risco de demência, aponta revisão de estudos


Medicamentos podem influenciar risco de demência, aponta revisão de estudos

Uma revisão de estudos publicada na revista Alzheimer’s & Dementia trouxe importantes descobertas sobre como medicamentos prescritos podem impactar o risco de desenvolver demência. A pesquisa, baseada em mais de 130 milhões de registros médicos, analisou a relação entre diferentes classes de medicamentos e a probabilidade de declínio cognitivo, revelando tanto efeitos protetores quanto riscos aumentados.

Medicamentos e risco de demência

Os cientistas identificaram que antimicrobianos, anti-inflamatórios e vacinas foram associados à redução do risco de demência, enquanto antipsicóticos e alguns tratamentos para diabetes apresentaram vínculos com um maior risco. Os achados sugerem que a modulação imunológica e o controle de infecções desempenham um papel importante na prevenção do declínio cognitivo.

A pesquisa destaca ainda o potencial da reutilização de medicamentos já aprovados para outras condições. Esses remédios podem interagir com vias biológicas relacionadas à demência, oferecendo benefícios adicionais. No entanto, os pesquisadores alertam que as evidências ainda são inconsistentes, exigindo mais estudos para estabelecer padrões confiáveis.

Metodologia e descobertas principais

Utilizando dados coletados até agosto de 2023, os pesquisadores aplicaram aprendizado de máquina e modelagem estatística para analisar o impacto de medicamentos na saúde cognitiva. Foram avaliadas variáveis como frequência e duração do uso dos medicamentos.

Entre os destaques, antibióticos, antivirais e anti-inflamatórios demonstraram efeitos protetores, com reduções significativas no risco de demência. Além disso, vacinas para doenças como hepatite e febre tifoide foram associadas a um menor risco, sugerindo que a modulação imunológica pode proteger contra o declínio cognitivo.

Por outro lado, o uso frequente de antipsicóticos e benzodiazepínicos foi associado a um aumento preocupante no risco de demência, corroborando evidências anteriores sobre os efeitos neurológicos de longo prazo dessas classes de medicamentos.

Medicamentos que afetam vias vasculares e metabólicas, como anti-hipertensivos e estatinas, apresentaram resultados mistos, variando de acordo com fatores demográficos e características específicas dos remédios.

Perspectivas futuras

A pesquisa reforça a necessidade de novas investigações para compreender melhor a relação entre medicamentos e o risco de demência. Os resultados apontam caminhos promissores, como o uso de medicamentos existentes para prevenir o declínio cognitivo, mas também alertam para os riscos potenciais de algumas classes terapêuticas.

Enquanto isso, especialistas recomendam cautela no uso de medicamentos que apresentaram associação com risco elevado, especialmente em populações vulneráveis ao comprometimento cognitivo.



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