Dois dias após o início do cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza, Israel lançou uma operação militar de grande escala na Cisjordânia, especificamente na cidade de Jenin, marcada como um dos principais focos de resistência armada contra o Estado israelense. A operação, segundo o governo de Israel, tem como objetivo combater atividades terroristas e desmantelar o "eixo iraniano" na região.
Mortes e impacto humanitário
O Ministério da Saúde palestino relatou a morte de ao menos nove pessoas e 35 feridos no ataque inicial, que incluiu drones, helicópteros de ataque e forças terrestres. Moradores locais descreveram cenas de destruição, com explosões e movimentações intensas de soldados e veículos blindados, incluindo o uso de escavadeiras que demoliram ruas inteiras sob o pretexto de procurar explosivos.
Contexto político e estratégico
A operação ocorre em um momento de relativa pausa no conflito de Gaza, permitindo ao governo de Binyamin Netanyahu redirecionar esforços para a Cisjordânia. Essa decisão reflete a crescente pressão da ala ultradireitista do governo israelense, que se opõe ao cessar-fogo e busca fortalecer os assentamentos na região.
Repercussões internacionais
A operação é acompanhada de perto por aliados e críticos de Israel. Donald Trump, que recentemente assumiu a presidência dos EUA, demonstrou apoio à expansão israelense na Cisjordânia, suspendendo sanções contra colonos e reforçando a posição de Netanyahu.
Tensões contínuas
Apesar do cessar-fogo em Gaza, líderes e analistas indicam que a possibilidade de retomada do conflito permanece alta, especialmente considerando os discursos da extrema-direita israelense e a oposição de Trump a um prolongado período de paz. Enquanto isso, a situação humanitária se agrava, com milhares de palestinos enfrentando deslocamentos, destruição de infraestruturas e um ambiente de insegurança constante.