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Na manhã desta quarta-feira (22), um caso inusitado e trágico chamou atenção na zona oeste do Rio de Janeiro. Ricardo Lima, de 66 anos, foi flagrado transportando o corpo de sua mãe, Aurora do Nascimento Marques, de 100 anos, em uma cadeira de rodas. A idosa havia falecido de causas naturais na terça-feira (21), mas, sem o recolhimento do corpo pelas autoridades, Ricardo tomou a decisão de levá-la a um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
Ao descer a comunidade do Bateau Mouche com o corpo da mãe, envolto em uma coberta, Ricardo foi confrontado por moradores que suspeitaram, erroneamente, que ele teria cometido homicídio. A confusão culminou em agressões contra ele, que sofreu escoriações leves e precisou ser atendido em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na região.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) havia sido acionado anteriormente e constatado o óbito na residência de Ricardo, mas o corpo não foi retirado do local. Após o incidente, o cadáver de Aurora foi recolhido pelo Corpo de Bombeiros e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
A Polícia Civil registrou o caso e já ouviu o depoimento de Ricardo, que confirmou que agiu na tentativa de resolver a situação diante da ausência de assistência para o recolhimento do corpo.
Em nota, o Corpo de Bombeiros explicou que, embora seja responsável por remoções em algumas circunstâncias, procedimentos relacionados a sepultamento ou transporte para serviços funerários não são de sua competência. O caso segue sob análise das autoridades, que devem investigar eventuais falhas no atendimento inicial à ocorrência.
O episódio expõe as dificuldades enfrentadas em áreas vulneráveis para acesso a serviços básicos e a fragilidade na comunicação entre órgãos responsáveis em situações de emergência.
