O Ministério da Saúde anunciou o envio de 49,7 mil testes rápidos para diagnóstico de dengue a Alagoas, como parte de uma iniciativa nacional que distribuirá 6,5 milhões de unidades em todo o Brasil. Essa é a primeira vez que o governo federal disponibiliza testes rápidos para a detecção da doença, com o objetivo de facilitar a identificação precoce, especialmente em municípios com acesso restrito a serviços laboratoriais. O investimento total na ação é de R$ 17,3 milhões.
Primeira remessa e critérios de uso
A distribuição inicial contará com 4,5 milhões de testes rápidos. Os outros dois milhões serão mantidos como estoque estratégico para atender localidades que possam enfrentar aumentos nos casos de dengue. A distribuição terá início na próxima semana, acompanhada de uma nota técnica que orientará os gestores estaduais sobre os critérios de uso.
Complemento ao diagnóstico tradicional
Além dos testes rápidos, o Sistema Único de Saúde (SUS) já oferece outras formas de diagnóstico, como testes de biologia molecular e sorológico, disponíveis nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen). O novo teste rápido, por sua vez, detecta a presença do vírus, mas não identifica o sorotipo da dengue. Ele estará acessível em Unidades Básicas de Saúde, conforme a organização das secretarias locais.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, destacou a importância da coleta de amostras mesmo com a introdução dos testes rápidos, já que eles não diferenciam os sorotipos da dengue nem outras arboviroses, como zika e chikungunya.
Avanços nos diagnósticos
Em 2024, houve um aumento significativo de 76,4% no número de diagnósticos de dengue na rede de laboratórios, em comparação a 2023. Foram realizados 1.373.536 diagnósticos no ano passado, frente a 778.422 no anterior.
A secretária reforçou que o uso dos testes rápidos será complementar às estratégias existentes, como controle do vetor e vacinação, ressaltando que os municípios devem manter os protocolos de coleta e análise laboratorial. "Essa vigilância é essencial para identificar os locais com maior circulação de cada sorotipo do vírus da dengue", destacou Ethel Maciel.
Fonte: Ministério da Saúde