Em um discurso ao Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta terça-feira, a vice-secretária-geral Amina Mohammed expressou preocupação com a crescente ameaça do terrorismo na África, destacando a África Subsaariana como o epicentro do problema. Entre janeiro e setembro do ano passado, mais de 3.400 ataques terroristas foram registrados no continente, resultando em 13.900 mortes de civis, conforme dados do Centro de Contraterrorismo da União Africana.
Mohammed mencionou Moçambique como um dos países severamente impactados pela violência, ao lado da Somália e da República Democrática do Congo. No discurso, grupos como Al-Shabaab, Forças Democráticas Aliadas e Ahlu Sunna Wal Jama foram destacados como responsáveis por atos de terror, incluindo violência sexual, recrutamento forçado de crianças e brutalidades contra comunidades inteiras.
Segundo o relatório, a África Subsaariana concentra 59% das mortes relacionadas ao terrorismo em nível global, mesmo com esforços de contraterrorismo. O Sahel foi apontado como um dos epicentros mais brutais, com 6.000 mortes registradas nos últimos três anos, metade de todas as fatalidades globais relacionadas ao terrorismo.
A vice-secretária-geral destacou o impacto devastador sobre a juventude africana, alertando que o desemprego e a marginalização estão tornando uma geração inteira vulnerável à influência de grupos extremistas. Ela também enfatizou o trauma causado pela violência sexual, incluindo casamentos forçados e sequestros, que reverberam por comunidades inteiras.
Amina Mohammed sugeriu três abordagens principais:
A vice-secretária-geral enfatizou que, sem ação imediata, o risco de perder uma geração inteira para o terrorismo é real, destacando a necessidade urgente de estratégias coordenadas e sustentáveis para combater a ameaça crescente.