Um vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais tem colocado o deputado estadual Lelo Maia (União) sob acusações de coação contra o vereador eleito Nildo da Ponte (PSDB/Cidadania), em Joaquim Gomes. As imagens mostram um grupo liderado por Lelo Maia, acompanhado do vereador por Maceió Zé Marcio, entrando na residência de Nildo da Ponte. O caso gerou grande repercussão devido ao teor das conversas registradas.
O vídeo começa com imagens de uma câmera de segurança mostrando o grupo entrando na casa do vereador. Em seguida, um áudio atribuído a Lelo Maia, supostamente captado por uma câmera escondida, apresenta trechos que sugerem cobranças de valores e tom ameaçador. Uma das falas capturadas inclui:
“Resolva a questão do dinheiro até sexta-feira para que eu não venha mais aqui. Não tenho medo de polícia, de justiça e sempre resolvi minhas coisas como um homem. [...] Estou disposto a tudo para a gente resolver isso na paz, ou do jeito que você quiser.”
Em um trecho adicional, uma voz feminina, possivelmente da esposa de Nildo da Ponte, rebate as ações do grupo dizendo: “Ameace meu marido não.” A resposta registrada é: “Quem está errado é ele, pode chamar a polícia, fazer o que ele quiser.”
O incidente ocorre em um momento de suposta ruptura política entre Nildo da Ponte e Lelo Maia. O vereador teria anunciado recentemente uma aliança com o deputado estadual Marcos Barbosa (Avante), o que, segundo o áudio, configuraria um descumprimento de um acordo anterior.
As falas gravadas no vídeo levantam suspeitas sobre práticas políticas que remetem a um modelo de controle coronelista, com cobranças de compromissos pessoais supostamente assumidos fora da legislação eleitoral.
A assessoria dos parlamentares Lelo Maia e Zé Marcio negou as acusações, classificando-as como "fake news". Em nota, afirmaram:
“O que houve foi uma conversa política, inclusive o próprio vereador os convidou para a casa dele. Não houve ameaça, nem houve agressão.”
A assessoria confirmou a identidade dos parlamentares no vídeo, mas rejeitou as alegações de invasão ou violência.
O caso provocou discussões sobre ética e práticas políticas em Alagoas. A suposta coação e cobranças registradas no vídeo geraram reações de condenação pública e pedidos de investigação por parte das autoridades. Até o momento, nenhuma denúncia formal foi divulgada, e o episódio permanece em análise.
A situação também reacendeu debates sobre a necessidade de maior transparência e respeito à legislação eleitoral no cenário político local.