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Acidente
22/01/2025 15:00:00

Rússia e Panamá reagem às ameaças de Donald Trump sobre o Canal do Panamá


Rússia e Panamá reagem às ameaças de Donald Trump sobre o Canal do Panamá

Moscou alertou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a respeitar a soberania do Panamá e a neutralidade do Canal do Panamá após declarações do líder americano sugerindo a possibilidade de retomar o controle da hidrovia estratégica. O governo russo manifestou sua posição nesta terça-feira (21), destacando que qualquer interferência dos EUA violaria o direito internacional.

Trump, durante sua campanha e em declarações recentes, afirmou que o canal é “vital” para os interesses americanos e que não descartaria medidas, inclusive militares, para garantir o controle. Ele criticou a administração panamenha do canal e a presença chinesa nas operações da hidrovia, afirmando: “Nós o demos ao Panamá, não à China, e o estamos tomando de volta.”

Reação da Rússia

Alexander Shchetinin, diretor do departamento latino-americano do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, condenou as declarações de Trump, enfatizando que o canal pertence ao Panamá desde 1977, quando os Estados Unidos transferiram sua administração em conformidade com o Tratado Torrijos-Carter. “Esperamos que os EUA respeitem o regime jurídico internacional que governa essa hidrovia estratégica”, disse Shchetinin, reafirmando o compromisso russo com a neutralidade e segurança do canal.

Shchetinin também alertou que qualquer tentativa americana de interferência seria uma violação da soberania panamenha e um risco à estabilidade internacional.

Resposta do Panamá

O presidente panamenho, José Raúl Mulino, reagiu às declarações de Trump, afirmando que o controle do canal é “inegociável”. Ele declarou: “Cada metro quadrado do Canal do Panamá e suas áreas adjacentes pertencem ao Panamá e assim permanecerão.” Mulino reforçou que o canal é essencial para a economia do país e um símbolo de sua soberania.

Desde sua devolução ao Panamá, o canal tornou-se uma das rotas comerciais mais importantes do mundo, conectando os oceanos Atlântico e Pacífico e movimentando cerca de 40% dos navios porta-contêineres que atendem os Estados Unidos.

Impacto e contexto internacional

As declarações de Trump geraram preocupação na comunidade internacional, com especialistas alertando sobre as possíveis repercussões de uma ação unilateral dos EUA. Qualquer tentativa de retomada do canal poderia provocar tensões diplomáticas significativas e prejudicar o comércio global.

O Canal do Panamá, além de sua importância estratégica, é um recurso vital para o desenvolvimento econômico do país centro-americano. Desde 2000, quando o Panamá assumiu o controle total da hidrovia, ele tem investido em expansões e modernizações que consolidaram sua posição como um hub global de transporte marítimo.

Implicações legais e diplomáticas

Analistas avaliam que, embora as declarações de Trump sejam preocupantes, uma tentativa de retomada do canal seria improvável devido às repercussões legais, políticas e econômicas. A postura agressiva, no entanto, pode aumentar as tensões entre os Estados Unidos, o Panamá e outros países interessados na estabilidade da região.

Enquanto isso, o Panamá segue reforçando sua soberania sobre o canal e busca apoio internacional para garantir a continuidade de sua gestão soberana e pacífica da hidrovia.



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