Miocardite: entenda o problema cardíaco que afeta Paulo Henrique Ganso, do Fluminense

O meio-campista Paulo Henrique Ganso foi diagnosticado com miocardite, uma inflamação do músculo do coração, durante exames médicos de pré-temporada no Fluminense. O jogador ficará afastado das atividades físicas por pelo menos quatro semanas, seguindo o protocolo médico atualizado para esse tipo de condição.

O que é miocardite?

A miocardite é uma inflamação do miocárdio, o músculo cardíaco, que pode ocorrer em pessoas de qualquer faixa etária. Geralmente, é causada por infecções virais, como gripe, Covid-19, dengue, ou outras viroses respiratórias e gastrointestinais.

O cardiologista Bernardo Noya, do Hospital do Coração (Hcor), explica que a inflamação ocorre devido a uma resposta imunológica exagerada do organismo. O corpo confunde o vírus com as células do músculo cardíaco, atacando o próprio coração.

Como a miocardite se desenvolve?

• Causa viral: Cerca de 90% dos casos são precedidos por infecções virais de dois a seis meses antes do diagnóstico.
• Predisposição genética: Alguns indivíduos podem ter maior suscetibilidade a desenvolver miocardite após contrair certos vírus.
• Sintomas variáveis: Muitas vezes, a miocardite é assintomática, mas pode causar cansaço, dores no peito, arritmias e, em casos graves, insuficiência cardíaca ou morte súbita.

Ganso, por exemplo, não apresentou sintomas e o problema foi identificado apenas nos exames de rotina do clube.

Qual é a gravidade?

A miocardite pode variar em severidade:

• Leve: Passa despercebida pelo paciente.
• Moderada: Pode causar sintomas como fadiga e arritmias leves.
• Grave: Pode levar a arritmias severas ou insuficiência cardíaca.

Apesar disso, a miocardite é considerada transitória e não está associada a doenças crônicas do coração, como infarto ou hipertensão.

Tratamento e cuidados

O tratamento da miocardite inclui:

1. Suspensão de atividades físicas: Até que exames confirmem a resolução do quadro inflamatório.
2. Monitoramento por exames: Incluem exames de sangue, ecocardiograma, ressonância cardíaca e holter.
3. Medicação: Antiinflamatórios e medicamentos para controlar sintomas, caso necessário.

Protocolo atualizado

O protocolo médico mais recente, revisado entre 2023 e 2024, recomenda:

• Suspensão de exercícios por quatro semanas: Uma redução significativa em relação à orientação anterior, que exigia afastamento mínimo de seis meses.
• Reavaliação após um mês: Se os exames mostrarem melhora, o paciente é liberado; caso contrário, aguarda-se mais 4 a 8 semanas para uma nova análise.

Prognóstico de Ganso

Seguindo o protocolo atual, o jogador será submetido a uma bateria de exames ao final do período de afastamento. Caso os resultados sejam positivos, ele poderá retomar gradualmente as atividades.

A miocardite é uma condição tratável, e o afastamento temporário visa garantir a segurança e prevenir complicações graves, como o mal súbito.