A poucas horas do início de um cessar-fogo planejado, ataques israelenses em Gaza continuaram, deixando 23 mortos, segundo o Ministério da Saúde do território. Desde o anúncio do acordo na última quarta-feira, o número de vítimas em Gaza ultrapassou 116, incluindo mulheres e crianças.
O cessar-fogo, previsto para começar neste domingo (19) às 8h30, horário local, foi condicionado à entrega de uma lista de reféns pelo Hamas. O grupo alegou "problemas técnicos de campo" para o atraso. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que a trégua só avançará se a lista for entregue conforme acordado.
O acordo prevê a libertação inicial de 33 reféns israelenses em troca de 737 prisioneiros palestinos. Mulheres e menores de 19 anos de ambas as partes estão incluídos na primeira etapa do plano, que será monitorada por mediadores internacionais, como o Catar.
A trégua deverá permitir que deslocados palestinos tentem retornar a suas casas, especialmente no norte de Gaza e na Cidade de Gaza, áreas severamente devastadas. Entretanto, grande parte das estruturas habitacionais foi destruída, forçando muitos a permanecerem em acampamentos improvisados.
Organizações humanitárias e autoridades egípcias intensificam preparativos para apoiar a população. A passagem de Rafah, entre Gaza e o Egito, será parcialmente reaberta para transporte de ajuda e feridos, embora o controle israelense na área continue.
O cessar-fogo é considerado precário. Analistas ressaltam o papel crucial dos Estados Unidos, com os presidentes Joe Biden e Donald Trump expressando apoio ao monitoramento do acordo. Netanyahu, no entanto, deixou claro que o cessar-fogo é temporário e que Israel poderá retomar operações em Gaza caso os compromissos não sejam cumpridos.
A comunidade internacional observa o desenvolvimento desse frágil cessar-fogo, com esperança de que a pausa na violência traga alívio às vítimas e abra espaço para negociações mais amplas.