A ansiedade e a depressão foram identificadas como os principais problemas enfrentados pela juventude brasileira, conforme a pesquisa "O que pensam os jovens brasileiros", realizada pelo Centro de Estudos SoU_Ciência, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com 1.034 entrevistados de 18 a 27 anos. Esses transtornos foram mencionados por 38% dos participantes, ocupando o topo das preocupações, um aumento significativo em relação a 2021, quando eram citados por 32% e ocupavam a terceira posição.
Preocupação Generalizada
Os dados indicam que a preocupação com saúde mental é transversal a diferentes segmentos: jovens de todas as classes sociais, orientações políticas, gêneros, religiões e regiões do Brasil destacaram ansiedade e depressão como temas prioritários.
De acordo com o professor Pedro Arantes, coordenador do estudo, "os problemas de saúde mental entre os jovens possuem causas multifatoriais, como insegurança no mercado de trabalho, exposição à violência urbana e a busca incessante pelo sucesso". Ele também ressaltou o impacto das redes sociais, citando questões como hiperexposição, bullying digital e medo de cancelamento.
Variações por Perfil
O estudo revelou diferenças importantes conforme o perfil dos entrevistados:
Outros Problemas em Alta
Além da saúde mental, o vício em celular, redes sociais e games também se destacou, crescendo de 17% em 2021 para 24% em 2024. O problema foi mais mencionado por mulheres (27%) e jovens de classe AB (27%). Já o consumo de drogas foi citado por 22%, com maior destaque entre jovens da classe C (30%) e aqueles com ensino superior completo (34%).
Mudança nas Prioridades
A comparação com 2021 mostra alterações significativas nas prioridades dos jovens. Problemas como desemprego e trabalho precário, antes no topo da lista (44% e 33%, respectivamente), agora ocupam posições inferiores (23% e 22%).
Outras Revelações da Pesquisa
Sobre a Pesquisa
O levantamento foi realizado entre 16 e 23 de setembro de 2024, com entrevistas via celular e ajuste de dados com base no censo mais recente do IBGE. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.