A iminência de um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza trouxe à tona tensões no governo de Israel, liderado pelo primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. Negociações finais, mediadas no Qatar, indicam avanços significativos, mas enfrentam resistência da ala ultradireitista do governo, especialmente do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e do ministro das Finanças, Bezalel Smotrich.
Reações internas e divisões políticas
Ben-Gvir ameaçou renunciar ao cargo e pediu que Smotrich fizesse o mesmo, classificando o acordo como um "desastre para a segurança nacional". Em resposta, Netanyahu propôs compensações políticas para garantir o apoio do partido Religioso Sionista, liderado por Smotrich. O gabinete de segurança, com 11 membros, é esperado para aprovar o plano, mas a oposição interna reflete a delicada situação política do premiê.
Detalhes do acordo de cessar-fogo
O acordo prevê:
A pressão internacional foi intensificada com a participação do enviado de Donald Trump, Steve Witkoff, que, ao lado da equipe de Joe Biden, assegurou compromissos considerados anteriormente inaceitáveis por Israel, como a retirada total de tropas de Gaza.
Desafios políticos e militares
Embora Netanyahu tenha conseguido apoio inicial para o plano, a ultradireita insiste em reocupar Gaza com assentamentos judaicos, algo não contemplado no acordo. O primeiro-ministro enfrenta também desafios parlamentares, com uma base política que, apesar de forte, não é inteiramente coesa.
Repercussão pública e perspectivas futuras
As negociações são vistas como uma tentativa de Netanyahu de consolidar sua imagem como líder capaz de gerenciar conflitos complexos. Contudo, protestos internos e críticas ao acordo colocam sua liderança em risco. O futuro do cessar-fogo e da estabilidade política em Israel dependerá da capacidade do premiê de equilibrar demandas internas e externas enquanto busca encerrar mais de um ano de hostilidades na região.