Um estudo com 153 pessoas entre 60 e 89 anos, apoiado pela FAPESP e publicado na BMC Geriatrics, propõe mudanças em um teste clínico de equilíbrio amplamente utilizado, tornando-o mais eficiente, acessível e preditivo. A pesquisa sugere que o teste, tradicionalmente baseado em quatro posições com duração de 10 segundos cada, pode ser otimizado ao avaliar apenas duas posições mais desafiadoras – tandem e unipodal – por 30 segundos.
Quedas em idosos são uma preocupação de saúde pública global, sendo a segunda principal causa de morte relacionada a ferimentos em pessoas com mais de 65 anos. Mesmo sem lesões graves, quedas comprometem a mobilidade, independência e qualidade de vida. Assim, a realização anual de testes de equilíbrio e mobilidade é recomendada.
Os pesquisadores identificaram que cada segundo adicional que o idoso permanece nas posições tandem ou unipodal reduz em 5% o risco de queda nos próximos seis meses. No modelo tradicional, o teste de 10 segundos em cada posição detecta apenas casos graves, deixando de identificar pessoas com riscos moderados. O novo protocolo amplia o tempo para 30 segundos, aumentando a sensibilidade do teste.
Além do tempo nas posições, o estudo utilizou uma plataforma de força para medir oscilações corporais, demonstrando que essa métrica também é preditiva. Contudo, o tempo de permanência é suficiente para avaliar o risco, tornando o teste acessível em qualquer consultório, sem necessidade de equipamentos caros.
Os resultados podem revolucionar o cuidado preventivo em idosos, com potencial para implementação desde a atenção básica até consultas especializadas. O modelo proposto é simples, rápido e eficaz, permitindo identificar precocemente riscos de queda e direcionar intervenções.