A Promotoria de Bruxelas confirmou nesta quarta-feira (9) que a substância enviada ao gabinete do primeiro-ministro Alexander De Croo, em novembro passado, era estricnina, um veneno altamente tóxico. Um assessor do premiê foi hospitalizado após abrir a carta e sofrer ferimentos nas mãos.
Em 22 de novembro, pacotes similares também foram enviados ao gabinete da ministra do Interior, Annelies Verlinden, e à sede do serviço de segurança do Estado. Uma pessoa foi colocada em quarentena como precaução, mas não apresentou sintomas graves.
A estricnina, um pó branco inodoro, é utilizada como veneno para ratos e pode causar espasmos musculares, parada cardíaca, falência de órgãos e morte em humanos. O porta-voz de De Croo declarou que o episódio deixou a equipe do premiê abalada, mas os protocolos de segurança foram seguidos rigorosamente.
Dois dias antes da confirmação do envenenamento, um homem foi detido com uma faca em frente ao escritório de De Croo. O indivíduo, de 29 anos, conhecido pela polícia e com histórico de distúrbios mentais, ameaçou os seguranças antes de ser preso. Ele está sendo investigado por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma.
O agressor já havia protagonizado um incidente semelhante em abril de 2024, quando tentou atacar um segurança da embaixada dos EUA em Bruxelas. Na ocasião, foi internado em um hospital psiquiátrico.
Esses episódios ocorrem em meio a um aumento de ameaças contra representantes políticos na Europa. Recentemente, o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, sobreviveu a uma tentativa de assassinato, e a premiê da Dinamarca, Mette Frederiksen, foi agredida em público. Em 2023, o Conselho da Europa alertou sobre o crescimento de atos violentos contra líderes eleitos.