O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, anunciou neste sábado (11) a captura de dois soldados norte-coreanos que combatiam ao lado das forças russas na região de Kursk, próxima à fronteira com a Ucrânia. O episódio ocorre em meio aos recentes confrontos na área, marcada por ataques ucranianos desde uma incursão em agosto.
Zelenskyy informou que os soldados capturados estavam feridos, mas sobreviveram e foram levados a Kiev, onde estão sendo interrogados pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU). Ele destacou que capturar os soldados vivos foi um desafio, uma vez que as tropas russas e norte-coreanas frequentemente eliminam colegas feridos para evitar sua captura e posterior interrogatório.
Imagens divulgadas mostraram os prisioneiros em camas com grades, usando bandagens nos pulsos e maxilar. Segundo o SBU, um dos soldados portava uma identificação militar russa, enquanto o outro não possuía documentos. Ambos os prisioneiros não falam ucraniano, russo ou inglês, e as comunicações estão sendo mediadas por tradutores em colaboração com serviços de inteligência sul-coreanos.
De acordo com o SBU, um dos soldados afirmou ter sido informado que iria para a Rússia para treinamento, sem saber que seria enviado ao front contra a Ucrânia. Ambos estão recebendo tratamento médico conforme as Convenções de Genebra.
Soldados Norte-Coreanos na Linha de Frente
Nos últimos meses, a Ucrânia e fontes internacionais relataram a presença de soldados norte-coreanos lutando ao lado da Rússia. Estimativas indicam que entre 10.000 e 12.000 combatentes norte-coreanos foram enviados à Rússia para reforçar suas forças na guerra contra a Ucrânia. No mês passado, foi informado que cerca de 200 desses soldados foram mortos ou feridos nos confrontos em Kursk.
O governo norte-coreano, aliado histórico da Rússia, estaria fornecendo apoio militar direto, com seus soldados lutando tanto ao lado de unidades russas quanto de forma independente. A presença de tropas norte-coreanas no conflito foi confirmada por autoridades americanas, incluindo a Casa Branca e o Pentágono.
A captura desses soldados destaca o envolvimento internacional na guerra e a complexidade crescente do conflito, que já se estende por quase três anos.