A Polícia Civil de São Paulo prendeu, neste sábado (11/1), um homem de 41 anos acusado de liderar o ataque a tiros contra o assentamento Olga Benário, em Tremembé, que resultou na morte de dois militantes do MST e deixou seis pessoas gravemente feridas. A prisão ocorreu após relatos de vítimas e testemunhas que reconheceram o suspeito, já que os agressores não usavam máscaras durante o ataque.
Segundo o delegado Marcos Ricardo Parra, da Polícia Civil de Taubaté, o homem confessou sua participação no atentado e está colaborando com informações sobre outros envolvidos. Ele também afirmou que o ataque foi motivado por um conflito interno relacionado à negociação de lotes dentro do assentamento, descartando qualquer relação com invasões ou disputas de terra externas.
O crime aconteceu na noite de sexta-feira (10/1), quando um grupo armado chegou ao assentamento de moto e carro. Os agressores discutiram com moradores, dispararam contra eles e ameaçaram voltar. O local, habitado por membros do MST há anos, foi descrito como um espaço fechado onde há um entendimento interno sobre a entrada de novos moradores.
De acordo com as investigações, o objetivo inicial do grupo seria intimidar os moradores, mas a situação escalou para violência após a resistência dos assentados. Ainda não está claro se o acusado estava interessado em adquirir um lote ou agia em nome de terceiros.
Durante as diligências, a polícia apreendeu armas de fogo, armas brancas (como foices e facas) e um veículo usado no crime. Os itens serão periciados para identificar impressões digitais e outros vestígios que possam conectar os envolvidos ao ataque.
Mais cedo, o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou à Polícia Federal a abertura de uma investigação criminal para apurar o caso. O delegado Parra reiterou que a Polícia Civil está trabalhando com evidências concretas para esclarecer o ataque e responsabilizar os culpados.
Este trágico episódio destaca a necessidade de intensificar medidas de segurança em áreas de conflito agrário e reforça a urgência de solucionar as tensões dentro e fora dos assentamentos.