Após 14 anos de guerra, encerrada em dezembro com a tomada de Damasco por forças como o Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), mais de 125 mil refugiados e quase 500 mil deslocados internos retornaram ao noroeste da Síria, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA). O cenário pós-guerra, no entanto, revela desafios extremos, com milhões de pessoas ainda dependendo de ajuda humanitária.
A guerra deixou um rastro de devastação nas cidades sírias, agravando a crise humanitária. Antes da queda do regime de Bashar al-Assad, estimava-se que 7,4 milhões de pessoas estavam deslocadas internamente, sendo 2,3 milhões em campos de refugiados, e 16,7 milhões dependiam de assistência humanitária.
As dificuldades enfrentadas pelos retornados incluem a falta de infraestrutura, escassez de alimentos e abrigo, além de condições precárias de saúde e saneamento.
Os ministros das Relações Exteriores de países como Itália, França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos, junto à representante da União Europeia, Kaja Kallas, reuniram-se em Roma para discutir formas de apoiar a reconstrução da Síria. A necessidade de assistência humanitária emergencial foi um dos principais tópicos debatidos.
A Organização Internacional para Migrações (OIM) destacou a urgência de prover assistência durante o inverno, solicitando US$ 73,2 milhões para atender 1,1 milhão de pessoas nos próximos seis meses. O valor é significativamente superior ao apelo anterior de US$ 30 milhões em dezembro de 2024.
“Esse esforço é crucial para fornecer ajuda imediata às comunidades mais vulneráveis, incluindo deslocados e retornados”, afirmou a OIM em comunicado. A assistência incluirá fornecimento de itens essenciais, abrigo, serviços de saúde, água e saneamento, além de suporte financeiro para recuperação inicial.
Desde dezembro de 2024, as ações da OIM na Síria alcançaram:
Apesar dos esforços, o cenário permanece desafiador. A reconstrução do país exige apoio coordenado da comunidade internacional para atender às necessidades básicas e restaurar a dignidade das populações afetadas.