O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, destacou a necessidade de reduzir as tensões diplomáticas entre os dois países após recentes acontecimentos que trouxeram atritos para a relação bilateral. A declaração foi dada ao Metrópoles, dias após a Justiça brasileira ter investigado um soldado israelense durante sua estadia no país.
Zonshine afirmou que não há intenção de transformar o caso em um problema diplomático. “Nossa ideia é diminuir as tensões [na relação entre Israel e Brasil], porque somos países amigos”, declarou.
A crise entre Brasil e Israel se intensificou em fevereiro de 2024, quando o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comparou ações de Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto. A declaração gerou forte reação de Tel Aviv, que declarou Lula como persona non grata em Israel. Em resposta, o governo brasileiro ordenou a retirada do embaixador do Brasil no país, um gesto diplomático significativo.
Questionado sobre como o Brasil poderia enviar um sinal positivo para Israel, Zonshine evitou sugerir medidas específicas, mas mencionou que o 80º aniversário da libertação de Auschwitz, a ser comemorado em 27 de janeiro, poderia ser uma oportunidade significativa para um gesto de aproximação.
O aniversário marca a libertação do campo de concentração nazista, onde 1,1 milhão de pessoas foram assassinadas, a maioria judeus. "Este tipo de evento pode reforçar valores comuns e sinalizar um desejo de cooperação mútua", sugeriu o embaixador.
Apesar das divergências, o tom adotado por Zonshine indica que Israel ainda vê no Brasil um aliado estratégico. Ambos os países têm laços históricos e cooperações em diversas áreas, como tecnologia, segurança e agricultura. Para analistas, os próximos meses podem ser decisivos para determinar a direção da relação bilateral.