A moeda norte-americana fechou esta terça-feira (7) cotada a R$ 6,1042, representando uma queda de 0,14%. Este é o menor valor registrado desde 20 de dezembro de 2024, quando encerrou em R$ 6,0721. O dólar acumula desvalorização de 1,23% em 2025, marcando o segundo pregão consecutivo de baixa.
Durante o dia, o dólar chegou a tocar R$ 6,05, mas perdeu força nas últimas horas de negociação. Analistas apontam que a ausência de anúncios de novas medidas de contenção de gastos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à GloboNews, pode ter gerado ajustes e realizações de lucro no mercado.
O desempenho do real foi acompanhado por pares latino-americanos, como o peso mexicano, que também reduziram os ganhos em meio à alta nas taxas dos Treasuries dos Estados Unidos. Esse movimento foi impulsionado por dados econômicos acima das expectativas nos EUA e declarações do presidente eleito, Donald Trump, sobre a extensão do teto da dívida americana.
O índice DXY, que mede o comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, estava em 108,530 pontos no encerramento do mercado local, após atingir máxima de 108,595 pontos. Além disso, o índice de gerente de compras (PMI) do setor de serviços americano subiu de 54,1 em novembro para o mesmo patamar em dezembro, superando as previsões.
De acordo com Marcos Weigt, head da Tesouraria do Travelex Bank, o real vinha apresentando um desempenho positivo, refletindo uma correção dos exageros do fim do ano. A perda de força na reta final do pregão está relacionada a ajustes após a fala de Haddad e ao cenário externo.
"O movimento de compra de dólares no fim do ano já terminou, e devemos observar algum fluxo de volta ao mercado", destacou Weigt, lembrando que o Banco Central vendeu mais de US$ 21 bilhões no mercado à vista em dezembro de 2024.
Em sua entrevista, Fernando Haddad destacou que a prioridade do governo está na execução do Orçamento de forma mais flexível, sem indicar novas medidas de contenção de gastos no momento. O ministro reiterou que o trabalho fiscal será contínuo e focado na harmonização das metas estabelecidas pelo Congresso.