As famílias no Brasil desembolsaram R$ 49,3 bilhões com materiais escolares em 2024, um aumento de 43,7% nos últimos quatro anos, segundo pesquisa do Instituto Locomotiva e QuestionPro. O impacto foi sentido por 85% das famílias com filhos em idade escolar, sendo que um em cada três compradores pretende parcelar essas despesas para o ano letivo de 2025.
A pesquisa entrevistou 1.461 pessoas maiores de 18 anos em todo o país entre os dias 2 e 4 de dezembro. Entre as famílias com filhos em escolas públicas, 90% declararam intenção de comprar materiais escolares, enquanto nas escolas privadas o índice chega a 96%.
Os itens mais adquiridos são:
Os gastos com material escolar subiram de R$ 34,3 bilhões em 2021 para os atuais R$ 49,3 bilhões. A maior parte desses gastos está concentrada nas classes B (R$ 20,3 bilhões) e C (R$ 17,3 bilhões), que juntas representam 76% do total nacional.
A Região Sudeste lidera em gastos (46%), seguida pelo Nordeste (28%) e pelo Norte (5%).
Para 38% dos entrevistados, os gastos causam grande impacto no orçamento, e 47% relataram algum impacto. Entre as famílias da classe C, 95% sentem o peso no orçamento, o maior índice registrado.
Para lidar com essas despesas, 35% das famílias recorrerão ao parcelamento, sendo a classe C a mais afetada, com 39% optando por essa modalidade. Por outro lado, 65% pretendem pagar à vista, índice que sobe para 71% entre as classes A e B.
De acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), fatores como inflação, custos de produção, alta do dólar e elevação no frete marítimo, especialmente para itens importados como mochilas e estojos, contribuem para o aumento nos preços.
Para 2025, a ABFIAE estima um acréscimo de 5% a 9% nos preços dos materiais escolares.
A ABFIAE sugere medidas como:
Essas iniciativas visam aliviar os custos e garantir maior acesso aos materiais escolares, especialmente para alunos da rede pública.