O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou a aprovação de uma delegação composta por representantes do Mossad e das forças armadas para retomar negociações sobre um possível cessar-fogo com o Hamas. As conversas ocorrerão no Catar, com mediação de autoridades americanas, egípcias e catarianas.
Os esforços para alcançar um acordo, incluindo a libertação de reféns, têm enfrentado diversos entraves nos últimos meses, com ambas as partes se acusando mutuamente pelo fracasso. No ano passado, o Catar chegou a suspender sua mediação devido à falta de avanços.
A guerra, que já dura 15 meses, teve início em outubro de 2023, quando o Hamas realizou uma incursão no sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e capturando outras 250 como reféns. Atualmente, cerca de 100 reféns ainda estão em Gaza, mas as autoridades israelenses estimam que um terço deles já tenha morrido.
A Faixa de Gaza sofreu enormes perdas durante os combates. Segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, mais de 45.500 palestinos morreram, mas os dados não distinguem entre civis e combatentes.
Além das negociações, Israel revelou detalhes sobre uma operação militar realizada em setembro na Síria, onde destruiu uma fábrica secreta de mísseis operada pelo Irã. A instalação, localizada perto de Masyaf, no oeste do país, era considerada uma ameaça direta, pois teria capacidade de produzir centenas de mísseis guiados por ano para o Hezbollah.
Mais de 100 soldados das forças especiais israelenses participaram do ataque, apoiados por dezenas de aviões. A operação foi descrita como uma das mais complexas nos últimos anos.
Enquanto um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah no Líbano está em vigor desde novembro, os ataques dos Houthis, no Iêmen, continuam. O grupo, apoiado pelo Irã, intensificou o lançamento de mísseis contra Israel em solidariedade ao Hamas, causando alertas frequentes e forçando civis a buscar abrigo, embora os danos físicos tenham sido limitados.
Israel, em resposta, tem bombardeado infraestruturas estratégicas em território Houthi, incluindo portos e o aeroporto de Sanaa, para tentar conter os ataques.
As negociações no Catar são vistas como uma nova tentativa de buscar estabilidade na região após meses de intensos combates e tensões crescentes.