A Rússia responsabilizou os países ocidentais, especialmente os Estados Unidos, autoridades europeias e o governo da Ucrânia, pela interrupção no fornecimento de gás para a Europa, ocorrida após o fim do acordo de trânsito pelo território ucraniano. O contrato, que vigorava há cinco anos, expirou em 1º de janeiro, e a Ucrânia optou por não renová-lo devido à guerra em andamento com Moscou, iniciada em fevereiro de 2022. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a decisão visava impedir que a Rússia obtivesse lucros adicionais durante o conflito.
O presidente russo, Vladimir Putin, já havia declarado que o acordo de trânsito era algo "do passado", mas garantiu que a Gazprom, gigante energética russa, continuaria a operar. Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, afirmou que a Ucrânia rejeitou a renovação do contrato apesar de a Gazprom ter cumprido suas obrigações, e acusou Kiev de agir por motivações geopolíticas que favoreceriam os Estados Unidos, principais beneficiados pela redistribuição do mercado de energia europeu.
Zakharova destacou que países como a Alemanha enfrentaram altos custos no gás natural e sofreram com paralisações industriais após explosões no gasoduto Nord Stream, em setembro de 2022. Outros países da União Europeia também estariam lidando com impactos econômicos e energéticos graves. Analistas apontam que a Europa deve aumentar sua dependência de gás natural liquefeito proveniente dos EUA, intensificando a busca por alternativas sustentáveis a longo prazo para enfrentar a crise.