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Saúde
01/01/2025 11:00:00

Consumo de produtos ultraprocessados causa 6 mortes por hora no país

Estudo também aponta que o Brasil gasta, por ano, pelo menos R$ 10,4 bilhões com as consequências do consumo desses alimentos para saúde da população


Consumo de produtos ultraprocessados causa 6 mortes por hora no país

O consumo de alimentos ultraprocessados no Brasil está associado a sérios impactos na saúde e na economia do país, segundo estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em 2019, 57 mil mortes prematuras foram atribuídas a esses produtos, o que equivale a seis mortes por hora. Além disso, os custos diretos e indiretos relacionados ao consumo desses alimentos totalizam, anualmente, R$ 10,4 bilhões, segundo o levantamento.

Impactos Econômicos Diretos

O estudo analisou os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com as três doenças crônicas mais prevalentes relacionadas ao consumo de ultraprocessados:

  • Obesidade
  • Diabetes tipo 2
  • Hipertensão arterial

Os custos diretos somaram R$ 933,5 milhões, incluindo despesas hospitalares, ambulatoriais e medicamentos. Outros R$ 263 milhões foram gastos com licenças médicas e aposentadorias precoces, reflexo das complicações de saúde geradas por esses alimentos.

Impactos Econômicos Indiretos

A economia brasileira perde R$ 9,2 bilhões por ano devido à mortalidade prematura causada pelo consumo de ultraprocessados, que afeta pessoas em idade produtiva. Esse valor é maior entre homens (R$ 6,6 bilhões) do que entre mulheres (R$ 2,6 bilhões), refletindo diferenças na taxa de mortalidade e nas idades de aposentadoria.

Estados Mais Afetados

O levantamento aponta que os estados com maior proporção de mortes precoces atribuídas aos ultraprocessados são:

  1. Rio Grande do Sul
  2. Santa Catarina
  3. Paraná
  4. São Paulo
  5. Rio de Janeiro
  6. Distrito Federal
  7. Amapá

Críticas da Indústria Alimentícia

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) repudiou o relatório, alegando que o estudo é "superficial" e se baseia em dados de baixa qualidade. A entidade questionou a definição de "ultraprocessados" e destacou que muitos dos produtos listados são regulamentados pela Anvisa e exportados para mais de 190 países, atendendo a padrões sanitários rigorosos.

A ABIA também criticou a generalização do relatório, apontando que 5.700 itens produzidos no Brasil, como pão, iogurte e requeijão, foram incluídos no grupo de alimentos ultraprocessados, mesmo que suas características variem amplamente.

Reflexões e Ações Necessárias

O estudo da Fiocruz ressalta a necessidade de políticas públicas para promover dietas mais saudáveis e reduzir o consumo de ultraprocessados. Por outro lado, a reação da indústria aponta para a necessidade de debates mais aprofundados sobre a categorização desses produtos e os impactos atribuídos ao seu consumo.

 



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