O cerco militar israelense ao norte da Faixa de Gaza, que já dura mais de 80 dias, está colocando em risco a sobrevivência de 75 mil palestinos, conforme alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS). O agravamento da crise ocorreu após o ataque ao Hospital Kamal Adwan, o último em funcionamento na região, que foi desativado devido a um bombardeio aéreo israelense.
Na quinta-feira (26), um ataque aéreo atingiu um edifício próximo ao hospital, causando a morte de aproximadamente 50 pessoas, incluindo três profissionais de saúde. A OMS informou que o impacto destruiu instalações cruciais, como o laboratório, a unidade cirúrgica e o depósito de medicamentos, forçando pacientes e profissionais a evacuar para um hospital indonésio já inoperante.
Relatos indicam que civis foram despidos e obrigados a caminhar para o sul de Gaza, região já sobrecarregada pela crise humanitária.
Desde outubro de 2024, a OMS registrou pelo menos 50 ataques a instalações de saúde em Gaza, classificando-os como possíveis violações das leis internacionais de guerra. A organização destacou a urgência de restaurar os serviços médicos e transferir pacientes críticos com segurança para áreas onde possam receber atendimento adequado.
O conflito, desencadeado após o ataque do Hamas em outubro de 2023, já causou a morte de aproximadamente 45,5 mil pessoas, segundo fontes locais. Além disso, a devastação atingiu infraestrutura essencial, como saúde, saneamento e abastecimento alimentar.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu ordens de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por acusações de crimes de guerra e genocídio. O Tribunal Internacional de Justiça também está processando Israel por genocídio.
A comunidade internacional continua a enfrentar desafios para mitigar a crise humanitária e proteger civis em Gaza.