O Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) divulgou um comunicado criticando uma matéria patrocinada pela Braskem e publicada no portal UOL, que aborda ações de recuperação realizadas pela mineradora nos Flexais, região afetada pelo deslocamento forçado de moradores devido aos danos ambientais causados pela extração de sal-gema.
Segundo o MUVB, o conteúdo apresenta informações que não condizem com a realidade enfrentada pelos moradores, que ainda sofrem com isolamento social, precariedade econômica e a falta de uma solução justa para a comunidade.
De acordo com dados do Ministério Público Federal (MPF), mais de 70% dos moradores dos Flexais desejam ser realocados com indenizações adequadas. No entanto, o MUVB afirma que esses pedidos foram ignorados no acordo firmado entre a Braskem, a Prefeitura de Maceió, o MPF, o Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) e a Defensoria Pública da União (DPU).
“O MPF, o MPE/AL e a DPU demonstraram uma atuação deficiente em relação aos direitos coletivos dos moradores, desrespeitando a posição majoritária das vítimas e provocando uma revitimização em um dos maiores crimes socioambientais urbanos do mundo”, destacou o movimento.
A Defensoria Pública de Alagoas ingressou com uma ação civil pública, que resultou em aumento parcial dos valores das indenizações por danos morais e materiais. O processo está em fase de perícia, após a apresentação de oito estudos que apontam a realocação como a medida mais adequada para as famílias dos Flexais.
O MUVB destacou sete questões principais que ilustram a discrepância entre a realidade dos moradores e o conteúdo da matéria:
O MUVB reforça que as ações da Braskem e a condução do caso até agora não atendem às necessidades reais dos moradores dos Flexais. O movimento exige a realocação das famílias com indenizações justas e medidas que garantam dignidade às vítimas do desastre socioambiental.