O ano de 2024 foi marcado por descobertas significativas na área da saúde, que apontam para um futuro mais promissor em diagnósticos, tratamentos e qualidade de vida. Entre os destaques estão medicamentos inovadores, novas abordagens terapêuticas e o impacto da inteligência artificial (IA) na medicina. Confira os principais avanços e temas que mobilizaram a atenção de pesquisadores ao longo do ano.
Os agonistas dos receptores GLP-1, como semaglutide (conhecido como Ozempic e Wegovy), mostraram efeitos além do controle do diabetes tipo 2 e da obesidade. Estudos associaram essas medicações à redução de eventos cardiovasculares graves, como AVCs e infartos, além de diminuição da insuficiência renal. Outro medicamento da mesma classe, tirzepatide, demonstrou impacto positivo na apneia do sono.
Embora os resultados sejam animadores, especialistas alertam para a necessidade de entender os efeitos a longo prazo desses medicamentos e se o uso contínuo será essencial para manter os benefícios obtidos.
Uma terapia preventiva para o vírus HIV, baseada em injeções tomadas duas vezes por ano, apresentou eficácia superior à profilaxia pré-exposição (PrEP) diária em comprimidos. Estudos indicaram que nenhuma mulher participante contraiu o vírus, enquanto entre os homens, a eficácia foi de 96%. Especialistas descreveram os resultados como "sem precedentes" no combate ao HIV, que ainda afeta milhões em todo o mundo.
Pesquisadores suecos desenvolveram um exame de sangue com 90% de precisão para diagnosticar a doença de Alzheimer, substituindo métodos invasivos como punções lombares e exames PET. O ano também trouxe novos tratamentos para a condição, incluindo o medicamento lecanemab, aprovado na Europa após estudos demonstrarem que ele pode desacelerar o declínio cognitivo causado pela doença.
A inteligência artificial continua a transformar a medicina, oferecendo suporte em diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados contra o câncer. Imunoterapias e vacinas personalizadas estão entre as inovações mais promissoras. Ensaios clínicos liderados pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) demonstraram resultados que prolongam a vida de pacientes, especialmente em casos como câncer de mama e linfoma de Hodgkin.
Estudos aprofundaram as ligações entre poluição ambiental e problemas de saúde. Pesquisas apontaram que a poluição do ar pode afetar a fertilidade masculina, enquanto a poluição sonora foi associada à infertilidade feminina. Além disso, o impacto das mudanças climáticas na saúde e a relação entre alimentos ultraprocessados e doenças continuam no radar dos especialistas.
A COVID-19 ainda gera efeitos prolongados, especialmente em jovens, e permanece uma área de interesse global. Ao mesmo tempo, surtos de doenças infecciosas, como a gripe aviária (H5N1), ganharam destaque, reforçando a importância de um sistema de saúde preparado para novas ameaças.
Esses avanços mostram que a ciência segue buscando soluções para desafios antigos e novos, melhorando tratamentos e proporcionando mais qualidade de vida à população.