Um ataque aéreo israelita durante a madrugada desta quinta-feira (26) resultou na morte de cinco jornalistas palestinianos na Faixa de Gaza. O ataque ocorreu em frente ao hospital Al-Awda, no campo de refugiados de Nuseirat, e atingiu um veículo identificado como de imprensa. As vítimas trabalhavam para a agência de notícias Quds News Network.
O exército israelita declarou que o ataque tinha como objetivo um grupo de militantes da Jihad Islâmica, aliados do Hamas. No entanto, as vítimas eram jornalistas no exercício de suas funções. Imagens capturadas mostraram a destruição completa da carrinha, com marcas de imprensa ainda visíveis.
De acordo com o Comité para a Proteção dos Jornalistas, mais de 130 profissionais palestinianos foram mortos desde o início do conflito em outubro de 2023. Um relatório da Federação Internacional de Jornalistas identificou a Palestina como o local mais perigoso para jornalistas no último ano.
A entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza tem sido restrita por Israel, que também baniu o canal Al Jazeera sob acusações de militância, negadas pela emissora.
O conflito entre Israel e o Hamas intensificou-se desde o ataque surpresa do grupo palestiniano em outubro de 2023, que deixou mais de 1.200 mortos e centenas de reféns em território israelita. As retaliações israelitas mataram mais de 45.000 palestinianos, incluindo mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Israel afirma que mais de 17.000 militantes foram mortos, mas evidências não foram apresentadas.
A guerra resultou na destruição massiva de Gaza, deslocando cerca de 90% dos seus 2,3 milhões de habitantes. Milhares vivem em campos improvisados sob condições extremas de frio e umidade.
Este ataque reforça o impacto devastador do conflito na liberdade de imprensa e agrava ainda mais a já crítica situação humanitária na região.