A situação humanitária na Faixa de Gaza segue crítica, com aumento das necessidades de auxílio, conforme alertou Tom Fletcher, subsecretário-geral dos Assuntos Humanitários da ONU, após uma visita à região. Segundo Fletcher, desde 6 de outubro, mais de 100 solicitações de ajuda foram negadas por Israel, que continua emitindo ordens de evacuação e conduzindo ataques em áreas densamente povoadas.
Fletcher destacou que Gaza se tornou o "lugar mais mortal e perigoso para trabalhadores humanitários", dificultando ainda mais os esforços para entregar ajuda essencial. Ele relatou que, apesar da enorme necessidade, tem sido "quase impossível entregar até mesmo uma fração da assistência urgentemente necessária".
Além disso, o subsecretário denunciou o saque sistemático de estoques de ajuda por gangues armadas locais, agravando ainda mais a crise.
A devastação em Gaza inclui escolas, hospitais e infraestruturas civis reduzidas a escombros, deixando os civis sem locais seguros. Fletcher também alertou para o cerco quase total imposto ao norte de Gaza por mais de dois meses, aumentando os temores de fome na região.
Na Cisjordânia, administrada pela Autoridade Palestina, a crise também se intensifica, segundo Fletcher, que destacou a deterioração geral das condições de vida.
O representante da ONU mencionou medidas provisórias ligadas aos pareceres da Corte Internacional de Justiça sobre a Convenção sobre Genocídio, que poderiam ser aplicadas em Gaza.
A visita de Fletcher aos Territórios Palestinos encerrou um extenso roteiro pelo Oriente Médio, onde também esteve em cidades como Damasco, Alepo, Beirute e Amã. Durante sua missão, ele se reuniu com autoridades locais e equipes da ONU para discutir as condições críticas e possíveis soluções.
A denúncia da ONU evidencia a urgência de ações para conter a crise humanitária e garantir assistência às populações afetadas no Oriente Médio.