O Banco Central (BC) anunciou nesta segunda-feira (23) que realizará um leilão à vista de até US$ 3 bilhões na próxima quinta-feira (26), entre 9h15 e 9h20. A medida ocorre em meio à disparada do dólar, que fechou a sessão com alta de 1,88%, negociado a R$ 6,185, e chegou a superar R$ 6,20 durante o dia.
O anúncio vem após preocupações crescentes dos agentes financeiros em relação às contas públicas do governo federal, o que tem pressionado o mercado de câmbio.
A alta do dólar reflete o temor dos investidores sobre a sustentabilidade fiscal do Brasil, mesmo após a aprovação do pacote de cortes de gastos pelo Congresso Nacional. O pacote, que inclui uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e dois projetos de lei, foi desidratado durante a tramitação, reduzindo sua capacidade de economia.
O Ministério da Fazenda revisou a previsão de economia fiscal para R$ 69,8 bilhões até 2026, uma redução em relação à estimativa inicial de R$ 71,9 bilhões. Somente neste ano, o impacto das mudanças aprovadas foi estimado em R$ 1 bilhão, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O BC informou que serão aceitas propostas cujo diferencial seja igual ou superior ao divulgado no resultado. A operação poderá ter aceitação parcial do volume ofertado.
O resultado será anunciado por meio de comunicado oficial, em um esforço para reforçar a liquidez no mercado de câmbio e tentar conter a pressão sobre o real.
O leilão ocorre após o recesso de Natal, com mercados fechados nos dias 24 e 25 de dezembro. Os investidores aguardam com atenção as próximas ações da equipe econômica para estabilizar a dinâmica das contas públicas e recuperar a confiança no mercado financeiro.
A combinação de ajustes fiscais, como o pacote aprovado, e medidas pontuais do Banco Central será crucial para amenizar as incertezas e reduzir a volatilidade cambial.