A disputa pelo controle territorial na Síria entre diferentes grupos rebeldes tem gerado receios quanto ao retorno do Estado Islâmico (ISIS) como uma força militar e política relevante. Durante a guerra civil, o grupo chegou a estabelecer um califado na região, impondo leis rígidas e promovendo atos de extrema violência, como decapitações de oponentes e de pessoas que consideravam “infiéis”.
Após a queda de Bashar al-Assad, um vazio de poder foi criado, levando grupos rivais a intensificar seus esforços para ampliar suas áreas de controle. Entre esses grupos, o ISIS continua ativo no deserto sírio e planeja ações para libertar milhares de seus combatentes detidos em prisões no leste do país. Essas instalações são majoritariamente gerenciadas pelas Forças Democráticas da Síria (SDF), uma aliança curda apoiada pelos Estados Unidos.
Nos últimos dias, os campos de detenção têm sido alvo de ataques, alguns realizados por grupos rebeldes aliados à Turquia, que possuem um histórico de rivalidade com os curdos. Isso levou a SDF a suspender operações contra o ISIS e a realocar prisioneiros para locais mais seguros. O general Mazloum Abdi, comandante da SDF, confirmou que essas medidas foram necessárias para proteger os detidos diante das crescentes ameaças.
A situação preocupa os Estados Unidos, que já realizaram bombardeios contra posições do ISIS para impedir sua reorganização. Autoridades temem que, caso os combates entre as facções rebeldes continuem e os militantes do ISIS sejam libertados, o grupo volte a cometer atrocidades e a ameaçar a estabilidade na região.
O contexto de instabilidade na Síria reflete a complexidade dos interesses regionais e o impacto devastador que o ressurgimento do Estado Islâmico pode causar, reacendendo um capítulo sombrio da história recente.