O real registrou uma queda acentuada frente ao dólar nos últimos três meses, acumulando uma alta de 10,36% para a moeda norte-americana, que passou de R$ 5,50 em setembro para R$ 6,07 em 20 de dezembro de 2024. Essa desvalorização superou a de outras moedas do Mercosul, como o peso uruguaio (+7,52%) e o peso argentino (+6,23%).
Especialistas apontam tanto fatores internos quanto externos para explicar o desempenho do real:
Especialistas acreditam que o dólar pode permanecer em patamares elevados, dependendo de fatores como:
Segundo Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, a demanda por dólar como proteção pode reacender caso haja novos ruídos fiscais ou institucionais, o que abriria espaço para recordes na cotação.
A relação entre o Banco Central e o governo federal também tem influenciado o mercado. Declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva geraram ruídos que impactaram negativamente a credibilidade institucional e aumentaram o prêmio de risco.
Para o economista Otto Nogami, a independência do BC é essencial para manter a confiança dos investidores e evitar interferências políticas na política monetária. Ele sugere:
Embora a aprovação do pacote fiscal tenha ajudado a conter parte da especulação, o mercado ainda espera medidas mais robustas, como ajustes na previdência militar e redução de supersalários.
No curto prazo, o Banco Central deve continuar intervindo para estabilizar o câmbio, enquanto o governo enfrenta o desafio de alinhar a comunicação e implementar reformas estruturais que fortaleçam a confiança econômica.