Com recordes históricos de calor, como o registrado em 22 de julho de 2024, quando o dia mais quente da história foi contabilizado, especialistas alertam para o uso inadequado de ventiladores em altas temperaturas. Segundo um estudo publicado na revista The New England Journal of Medicine (NEJM), ventiladores podem aliviar o calor em condições específicas, mas podem causar efeitos adversos em climas extremamente quentes e secos.
O estudo, conduzido pelo professor Ollie Jay, da Universidade de Sydney, utilizou câmaras climáticas para analisar os efeitos do ventilador em idosos acima de 60 anos, com ou sem problemas cardíacos.
Temperatura de 38°C com 60% de umidade do ar:
Temperatura de 45°C com 15% de umidade do ar:
O segundo teste precisou ser interrompido devido aos riscos à saúde dos voluntários.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda ambientes refrigerados como a opção mais segura para lidar com calor extremo. O ar-condicionado oferece proteção mais eficaz contra os efeitos negativos do calor, como desidratação e estresse cardiovascular.
Contudo, no Brasil, o uso de ar-condicionado ainda é limitado. De acordo com o IBGE, menos de 20% dos lares brasileiros possuem o aparelho, dificultando sua adoção como medida de enfrentamento ao calor.
A pesquisa reforça a necessidade de adaptações para enfrentar as mudanças climáticas, especialmente em países tropicais como o Brasil, onde o acesso a soluções tecnológicas ainda é desigual.