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O Papa Francisco voltou a criticar os bombardeios na Faixa de Gaza, apesar das recentes acusações de "dupla moral" feitas pelo governo de Israel. Durante a oração do Angelus, realizada online neste domingo (22), o pontífice expressou sua comoção com as vítimas, especialmente crianças, escolas e hospitais atingidos pelos ataques:
"Com dor, penso em Gaza, em tanta crueldade, nas crianças metralhadas, nos bombardeios de escolas e hospitais. Quanta crueldade!"
A oração foi transmitida da Casa Santa Marta, no Vaticano, devido a um resfriado que impede Francisco de participar de compromissos presenciais.
O pontífice intensificou suas críticas a Israel em discursos recentes, rompendo com a neutralidade política habitual:
O governo israelense, por meio do Ministério das Relações Exteriores, rebateu as declarações de Francisco, classificando-as como "desconectadas do contexto real" e "decepcionantes". Em comunicado, Israel afirmou que o papa deveria focar suas críticas nos "agressores" e não no Estado judeu que "se defende".
A nota também destacou o sequestro de quase 100 pessoas pelo grupo Hamas, incluindo crianças, e acusou os militantes de usarem civis como escudos humanos.
A Defesa Civil de Gaza informou que bombardeios israelenses mataram 28 pessoas na última noite, incluindo quatro crianças que estavam em uma escola na Cidade de Gaza. O exército de Israel justificou as ações, afirmando que seus alvos eram "terroristas do Hamas".
Desde o início dos confrontos, a ofensiva israelense deixou mais de 45 mil mortos no enclave, segundo dados do Ministério da Saúde da Palestina, reconhecidos pela ONU como confiáveis.
