A relação entre infecções maternas durante a gravidez e o aumento do risco de autismo em crianças é um tema amplamente estudado. Embora a gripe durante a gestação não garanta o desenvolvimento de autismo, pesquisas sugerem que pode ser um fator de risco. Isso não se deve ao vírus em si, mas à resposta inflamatória desencadeada pelo sistema imunológico da mãe.
Pesquisas como as lideradas pelo Dr. Ian Lipkin, da Universidade de Columbia, apontam para uma ligação entre episódios febris ou infecções graves durante a gravidez e o risco de diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA).
Lipkin enfatiza que o risco não está diretamente no vírus, mas na inflamação gerada pela resposta imunológica da mãe:
“Níveis elevados de citocinas associadas à inflamação são comuns em mulheres cujos filhos posteriormente foram diagnosticados com autismo”, explica.
Esse processo inflamatório pode interferir no desenvolvimento fetal, afetando áreas do cérebro relacionadas ao neurodesenvolvimento.
A Dra. Irene Sanchez Martin, do Cold Spring Harbor Laboratory, realizou pesquisas em ratos que simularam infecções durante o equivalente ao primeiro trimestre de gravidez em humanos.
Os resultados mostraram que a ativação imunitária materna (MIA) estava associada a:
Embora os modelos animais não sejam idênticos aos humanos, eles ajudam a identificar possíveis mecanismos por trás dessas associações.
Sanchez Martin e Lipkin concordam que o principal fator é a inflamação, não o agente infeccioso específico. Infecções como gripe, herpes ou outras podem desencadear uma resposta inflamatória que altera o ambiente do feto, aumentando o risco de transtornos do neurodesenvolvimento.
Embora as evidências indiquem que infecções na gravidez podem ser um fator de risco, não há garantias de que uma gripe durante a gestação levará ao autismo. Especialistas recomendam:
A gripe na gravidez, assim como outras infecções, pode aumentar levemente o risco de autismo devido à inflamação associada à resposta imunológica da mãe. No entanto, o autismo é uma condição complexa com múltiplos fatores genéticos e ambientais, e a presença de uma infecção não é determinante. Mais estudos são necessários para entender completamente essa relação.