A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) concedeu, por unanimidade, medidas cautelares em substituição à prisão preventiva para Rejane Maria Silva e Valdir Silva, suspeitos de envolvimento no assassinato do blogueiro político Adriano de Farias Firmino Silva, ocorrido em junho deste ano.
A defesa dos suspeitos argumentou que a prisão cautelar não possuía fundamentação sólida, além de destacar a falta de contemporaneidade entre o crime e a decisão judicial. Também apontou que os acusados têm condições pessoais favoráveis e que medidas alternativas seriam suficientes para garantir a investigação.
A Câmara Criminal reconheceu a gravidade do caso, devido à repercussão social do crime e à influência política da vítima na região, mas considerou que não havia provas de que os acusados tentaram interferir nas investigações ou fugir. Por isso, os desembargadores decidiram aplicar medidas cautelares diversas da prisão, entendendo que elas são adequadas para resguardar a ordem pública e o andamento do processo.
Adriano de Farias, de 33 anos, era conhecido em Junqueiro por publicar críticas políticas nas redes sociais. No dia do crime, ele foi alvo de uma emboscada enquanto dirigia. Um Jeep escuro emparelhou com seu carro, e um dos ocupantes disparou vários tiros contra o blogueiro, que morreu antes de receber socorro.
A repercussão foi imediata, com cobranças de parlamentares e do governador Paulo Dantas por uma apuração célere e transparente. Durante as investigações, a Polícia Civil apontou Rejane Maria e Valdir Silva, mãe e irmão do prefeito de Junqueiro, como os mandantes do crime. O prefeito, Leandro Silva, usou as redes sociais para repudiar o assassinato, solidarizar-se com a família da vítima e negar qualquer envolvimento.