A instabilidade no acesso à internet em Alagoas alcançou níveis alarmantes, conforme comunicado pela Associação dos Provedores de Internet do Estado de Alagoas (Aspeal). Durante reunião com Sidney Tenório, delegado de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do estado, foi revelado que mais de 500 mil pessoas podem sofrer interrupções severas nos próximos dias devido a um aumento nos ataques cibernéticos do tipo DDoS (Distributed Denial of Service ou Negação de Serviço Distribuído).
Esses ataques, que sobrecarregam servidores e redes, já impactaram cerca de 100 mil residências na última semana, afetando os serviços de 20 dos 70 provedores independentes que operam no estado. “Com uma média de quatro moradores por residência, mais de meio milhão de usuários pode ser atingido”, explicou Ângelo Rosa, presidente da Aspeal.
Henrique Andrade, representante dos provedores locais, ressaltou que o problema afeta não apenas a operação, mas também a confiança dos clientes. “Nossa credibilidade está sendo prejudicada, e isso compromete novos negócios”, lamentou.
O delegado Sidney Tenório sugeriu a criação de um dossiê detalhado a ser encaminhado ao setor jurídico da Aspeal, buscando direcionar melhor as investigações. Ele também destacou a necessidade de colaboração com a Polícia Federal, devido à possível origem internacional dos ataques.
A operação PowerOFF, coordenada pela Europol, foi mencionada como referência em ações de repressão a crimes cibernéticos. Ângelo Rosa enfatizou a importância de parcerias para fortalecer a segurança digital dos provedores.
Os provedores independentes representam cerca de 70% do mercado de internet em Alagoas, empregando mais de 20 mil pessoas e atendendo principalmente áreas periféricas e marginalizadas. Esses pequenos provedores têm se destacado pela oferta de serviços acessíveis, como pacotes de internet de alta velocidade por fibra óptica, com preços entre R$ 50 e R$ 60, enquanto as grandes operadoras oferecem pacotes mais caros e de qualidade inferior.
Com um mercado estimado em 2 milhões de usuários apenas na capital, Maceió, esses provedores desempenham um papel crucial na inclusão digital da população. A crise atual ameaça não só a conectividade, mas também a competitividade desse segmento essencial para o estado.