O tradicional churrasco brasileiro ficou significativamente mais caro em 2024. Segundo dados do IPCA, divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (10), a inflação acumulada das carnes nos últimos 12 meses saltou de 8,33% em outubro para 15,43% até novembro, registrando o maior aumento desde outubro de 2021 (19,71%).
Após um período de queda entre fevereiro de 2023 e agosto de 2024, os preços das carnes voltaram a subir continuamente desde setembro. Em novembro, a alta mensal foi de 8,02%, a mais expressiva desde dezembro de 2019 (18,06%). Entre os cortes com maior reajuste no mês, destacam-se:
Esse aumento impactou diretamente o grupo de alimentação e bebidas, que registrou alta de 1,55% em novembro.
O economista Douglas de Holanda, do The Doug Economist, aponta três fatores principais para o aumento:
Mesmo com o repasse dos aumentos ao consumidor, o ambiente de consumo aquecido, favorecido pela queda no desemprego, sustenta a demanda elevada, apesar dos preços altos.
Douglas de Holanda alerta que o peso crescente da carne no orçamento das famílias já atinge um limite para muitos consumidores. Isso pode levar a uma substituição ainda maior da carne bovina por opções mais acessíveis, como carne suína, frango e ovos, especialmente em 2025, caso a inflação persista.
A previsão para dezembro é de continuidade na alta dos preços, impulsionada pela demanda sazonal e pelas cotações elevadas da arroba do boi gordo.