O Brasil está passando por uma transição epidemiológica significativa: enquanto as doenças cardiovasculares dominavam historicamente as causas de morte, o câncer tem ganhado espaço e se aproxima de ocupar o topo desse ranking. Um estudo publicado em novembro de 2024 no periódico The Lancet - Regional Health Americas revelou que, entre 2000 e 2019, o câncer passou a ser a principal causa de morte em 13% dos municípios brasileiros — quase o dobro do registrado há duas décadas.
Essa transição, já observada em países ricos, agora também ocorre em nações de renda média, como o Brasil, devido à combinação de mudanças demográficas e avanços nas políticas públicas.
Queda do tabagismo e melhor controle cardiovascular
Políticas públicas como aumento de impostos sobre cigarros, proibição de fumo em locais fechados e campanhas educativas reduziram o tabagismo no Brasil de 25% nos anos 1980 para 10% hoje. Essa redução diminuiu significativamente a mortalidade por doenças cardiovasculares, um benefício que também deve afetar o câncer a longo prazo.
Avanços no tratamento cardiovascular
Medicamentos e tecnologias relacionadas a doenças cardíacas progrediram, facilitando diagnósticos rápidos e tratamentos eficazes, o que ajudou a reduzir as mortes por essas causas.
Complexidade do câncer
Ao contrário das doenças cardiovasculares, o câncer é um grupo de mais de 100 doenças, com diferentes origens, fatores de risco e tratamentos. Isso dificulta a detecção precoce e o combate.
Estilo de vida moderno
Fatores como obesidade, sedentarismo, dieta inadequada e consumo de álcool contribuem tanto para doenças cardíacas quanto para tumores. A obesidade, por exemplo, dobrou no Brasil desde o início dos anos 2000, atingindo 20% da população e com previsão de chegar a 30% até 2030.
Prevenção
Apesar de um terço dos casos de câncer serem evitáveis, mudanças no estilo de vida dependem não apenas da conscientização individual, mas também de políticas públicas, como a regulação de alimentos ultraprocessados e bebidas alcoólicas.
Diagnóstico precoce
Muitos tipos de câncer, como o de colo do útero, colorretal e de pele, podem ser tratados com sucesso se detectados cedo. Programas de rastreamento, vacinação (como contra o HPV) e exames regulares são cruciais, mas enfrentam barreiras de acesso e financiamento.
Custo dos tratamentos
Os tratamentos contra o câncer são caros e frequentemente inacessíveis para boa parte da população. Isso é agravado pela falta de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) para oferecer terapias avançadas.
Desigualdade regional
Municípios com menor renda enfrentam maiores dificuldades de acesso a diagnósticos e tratamentos, além de maior exposição a fatores de risco como cigarro e alimentação precária.
A recente Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, sancionada em 2023, busca:
Para especialistas, essas metas exigem ações práticas e integradas, incluindo campanhas educativas, investimentos em infraestrutura de saúde e regulamentações para reduzir o consumo de alimentos e bebidas prejudiciais.
Além de políticas específicas, há necessidade de medidas amplas que beneficiem tanto o combate ao câncer quanto às doenças cardiovasculares. Estimular uma vida mais saudável é essencial para reduzir a mortalidade de ambas as causas.
O Brasil precisa equilibrar o controle de tumores e doenças cardiovasculares com atenção às disparidades regionais e socioeconômicas, tornando o sistema de saúde mais equitativo e eficiente.
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