O cidadão americano Travis Timmerman, que ficou preso durante meses em uma prisão síria, foi entregue às forças dos Estados Unidos pelas forças de oposição na Síria. Após a entrega, Timmerman foi levado de avião para a Jordânia, conforme informaram autoridades americanas na sexta-feira (13).
A entrega ocorreu em Al-Tanf, uma base militar dos EUA na Síria usada para operações contra o Estado Islâmico. Timmerman foi libertado em 9 de dezembro, poucos dias após o colapso do regime de Bashar al-Assad, e o Comando Central dos Estados Unidos está auxiliando no seu retorno seguro ao país.
Em declarações à CBS News, Timmerman contou que entrou na Síria sem permissão, cruzando a fronteira com o Líbano para fins "espirituais". Ele passou meses detido pelo regime antes de ser libertado. Seus familiares, que estavam sem notícias há sete meses, temeram o pior até receberem a notícia de sua libertação.
O regime de Bashar al-Assad foi derrubado em 8 de dezembro, marcando o fim de 50 anos de domínio da família Assad. A capital, Damasco, foi tomada por grupos rebeldes, forçando Assad a fugir para Moscou, onde obteve asilo, segundo fontes russas.
O conflito na Síria começou em 2011, durante a Primavera Árabe, quando protestos pró-democracia foram violentamente reprimidos pelo governo. Isso deu início a uma guerra civil, agravada pela emergência de grupos como o Estado Islâmico (EI) e pela intervenção de potências internacionais, incluindo Rússia, Estados Unidos e Irã.
Nos mais de 12 anos de guerra, estima-se que mais de 300 mil civis foram mortos e milhões de pessoas foram deslocadas. O conflito tornou-se uma guerra por procuração, com a Rússia apoiando o regime de Assad contra os rebeldes e o EI, enquanto os EUA lideraram uma coalizão internacional para combater os extremistas.
Com o acordo de cessar-fogo em 2020, a guerra havia diminuído em intensidade, mas a recente queda do regime Assad representa uma nova reconfiguração no cenário político e militar do país.