Israel intensificou sua postura militar preventiva em relação à crise síria, visando evitar que a instabilidade no país leve a novas ameaças à sua segurança. Ao mesmo tempo, o Líbano expressa preocupação com a possibilidade de se tornar o próximo campo de batalha na região, enquanto tenta lidar com os desafios impostos pela guerra na Síria.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, reuniu-se com seu homólogo americano, Lloyd Austin, para discutir a situação na Síria e reforçar consultas permanentes sobre segurança. Israel vê a queda do regime de Bashar al-Assad como um golpe significativo para o eixo iraniano, mas está cético quanto às intenções de grupos como o Hayat Taharir al-Sham (HTS), liderado por Abu Mohammad al-Jolani, que atualmente controla Damasco.
Yossi Kuperwasser, general da inteligência militar israelense, alerta que, embora Assad tenha sido substituído, o novo regime sírio é composto por extremistas alinhados à Irmandade Muçulmana, frequentemente apoiados pela Turquia. Para impedir que o armamento sírio, fornecido pela Rússia, caia em mãos indesejadas, Israel intensificou ataques preventivos contra alvos militares na Síria.
A incursão israelense nos Montes Golã, ocupados desde a Guerra dos Seis Dias em 1967, foi criticada pela Turquia, que classifica as ações como "agressões que não contribuem para a estabilidade". O presidente turco Recep Tayyip Erdogan acusou Israel de tentar consolidar sua presença na região sob pretextos de segurança.
O Líbano, por sua vez, enfrenta os desdobramentos do conflito sírio com preocupação. A guerra entre Israel e Hezbollah enfraqueceu o grupo libanês e cortou parte de suas conexões com o Irã, mas o governo libanês teme que o radicalismo em Damasco leve a novas ameaças.
Bashir Khoder Mouhafez, governador da província libanesa de Baalbek, destacou os desafios enfrentados pelo exército libanês em controlar a fronteira com a Síria, especialmente devido à ausência de cooperação do lado sírio. Outra preocupação crítica são os refugiados: o Líbano abrigou dois milhões de sírios durante o conflito, mas a situação agora é caótica, com muitos tentando retornar ou entrar novamente no país.
Enquanto Israel reforça sua política militar e o Líbano luta para manter a estabilidade, o futuro da Síria permanece incerto. A confluência de interesses regionais e internacionais continua a moldar um cenário complexo, onde cada ação tem potencial para redefinir o equilíbrio de poder na região.